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DOI: 10.1055/s-0038-1673127
Tratamento endovascular de fístula arteriovenosa dural intracraniana com agente embolizante líquido, assistido por cateter balão via transvenosa
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação do caso: Sexo masculino, 58 anos, relata zumbido pulsátil no ouvido esquerdo, iniciado há cerca de 2 anos, pior à noite, causando desconforto importante. Ressonância magnética mostrou dilatações venosas no entorno do seio sigmoide. Angiografia cerebral evidenciou fístula dural (FD) do seio transverso e sigmoide esquerdos, com nutrição a partir de múltiplos ramos durais originados do ramo mastoideo da artéria occiptal e do ramo petro-escamoso da artéria meníngea média, classificada como tipo IIa de Cognard. O tratamento endovascular foi realizado pela técnica de embolização via arterial, com agente líquido não adesivo a base de álcool vinil etileno, injetado no ramo mastoideo da artéria occipital, associado a uso de cateter balão 8x80 mm insuflado no seio receptor. O controle angiográfico mostrou obliteração completa da rede fistular, com preservação do seio venoso. Após o procedimento houve completa resolução do zumbido pulsátil.
Discussão: A terapia endovascular tornou-se o tratamento de escolha para fistulas arteriovenosas durais e tem melhorado ao longo dos anos, a partir da introdução de novas técnicas de tratamento com novos dispositivos. Mais recentemente, a estratégia de tratamento objetiva eliminar a patologia com a preservação do seio venoso coletor, quando esse é funcional. Essa técnica, além de evitar a oclusão de grandes seios, permite que o agente embolizante penetre na rede arterial que nutre as fístulas durais, durante a embolização via arterial, e consiste na colocação transitória de um balão no seio venoso afetado. Inicialmente era utilizado um balão desenvolvido para técnica de remodelamento na embolização de aneurismas. A introdução de cateter balão maior e complacente, compatível com dimetilsulfóxido, permitiu esse desenvolvimento. Este tratamento tem sido reportado em pequenas séries de casos, com altas taxas de oclusão e baixa taxa de complicações.
Comentários finais: A embolização de FD associa-se a resultados muito bons nos casos de drenagem para veias e seios que perderam a funcionalidade. No caso de grandes seios ainda funcionais, esses resultados eram mais modestos. A proteção do seio com balão transvenoso facilita a oclusão de conexões arteriovenosas anormais, aumentando o alcance do material embólico na rede fistular, permitindo tratamento completo mais freqüente, além de preservar a sua patência.
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