CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781093
Modalidade de apresentação: Vídeo
Doenças Anorretais

DEMONSTRAÇÃO DO USO DA TÉCNICA LIFT PARA O TRATAMENTO DE FÍSTULA PERIANAL TRANSESFINCTERIANA

Carolina Reis Bonizzio
1   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo – SP, Brasil.
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Jose Americo Bacchi Hora
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Matheus Fellipe Aguiar Silva
,
John Anibal Tapia Baca
,
Carlos Walter Sobrado
,
Carlos Frederico Sparapan Marques
› Author Affiliations
 
 

    carolina.bonizzio@hc.fm.usp.br

    Apresentação do Caso Após um episódio de abscesso anorretal, uma mulher de 41 anos evoluiu com fístula perianal com episódios recorrentes de infecção havia 5 anos, com necessidade de drenagem cirúrgica em uma ocasião. Não apresentava comorbidades, e negava incontinência anal. Ao exame físico, apresentava orifício externo anterolateral direito a 10 cm da borda anal, trajeto fistuloso palpável e orifício interno na altura da linha pectínea, na linha média anterior. A ressonância magnética demonstrou trajeto fistuloso único interesfincteriano. A paciente foi submetida a tratamento cirúrgico pela técnica de ligation of intersphincteric fistula tract (LIFT) com curetagem, dissecção e ligadura do trajeto fistuloso, sem intercorrências, com achado intraoperatório de fístula transesfincteriana baixa. A alta hospitalar ocorreu no primeiro dia de pós-operatório. No seguimento ambulatorial atual de 6 semanas, a paciente não teve queixa de incontinência ou de fístula, e está com a ferida operatória cicatrizada.

    Discussão Descrita inicialmente em 2007 por Rojanasakul, a técnica LIFT consiste na ligadura do trajeto fistuloso próximo ao orifício interno, mediante um acesso interesfincteriano, e curetagem do trajeto para controle do foco infeccioso criptoglandular. Principalmente indicada para as fístulas transesfincterianas, surgiu como uma alternativa para a preservação esfincteriana no tratamento de fístulas de complexas (altas, de trajetos tortuosos e múltiplas), e pode ser usada em casos mais simples para diminuir a deformidade anal da fistulotomia. O estudo original descreveu uma taxa de sucesso 94%, sem alterações na continência dos 18 pacientes incluídos. Trabalhos posteriores descreveramm taxas de sucesso com grande variação, de 47% a 95%. Um estudo de uma série de pacientes em nosso serviço demonstrou taxa de sucesso de 73% com o primeiro procedimento e de 88% após uma reoperação. São taxas inferiores às descritas originalmente, mas temos que considerar que em nossa amostra, a maioria dos pacientes apresentava fístulas complexas. O caso clínico em questão é o de uma fístula transesfincteriana baixa com grande chance de evolução favorável.

    Comentários A LIFT é uma técnica de preservação esfincteriana segura para o tratamento da fístulas perineais simples e complexas.


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    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

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