Subscribe to RSS
![](/products/assets/desktop/img/oa-logo.png)
DOI: 10.1055/s-0044-1781093
DEMONSTRAÇÃO DO USO DA TÉCNICA LIFT PARA O TRATAMENTO DE FÍSTULA PERIANAL TRANSESFINCTERIANA
carolina.bonizzio@hc.fm.usp.br
Apresentação do Caso Após um episódio de abscesso anorretal, uma mulher de 41 anos evoluiu com fístula perianal com episódios recorrentes de infecção havia 5 anos, com necessidade de drenagem cirúrgica em uma ocasião. Não apresentava comorbidades, e negava incontinência anal. Ao exame físico, apresentava orifício externo anterolateral direito a 10 cm da borda anal, trajeto fistuloso palpável e orifício interno na altura da linha pectínea, na linha média anterior. A ressonância magnética demonstrou trajeto fistuloso único interesfincteriano. A paciente foi submetida a tratamento cirúrgico pela técnica de ligation of intersphincteric fistula tract (LIFT) com curetagem, dissecção e ligadura do trajeto fistuloso, sem intercorrências, com achado intraoperatório de fístula transesfincteriana baixa. A alta hospitalar ocorreu no primeiro dia de pós-operatório. No seguimento ambulatorial atual de 6 semanas, a paciente não teve queixa de incontinência ou de fístula, e está com a ferida operatória cicatrizada.
Discussão Descrita inicialmente em 2007 por Rojanasakul, a técnica LIFT consiste na ligadura do trajeto fistuloso próximo ao orifício interno, mediante um acesso interesfincteriano, e curetagem do trajeto para controle do foco infeccioso criptoglandular. Principalmente indicada para as fístulas transesfincterianas, surgiu como uma alternativa para a preservação esfincteriana no tratamento de fístulas de complexas (altas, de trajetos tortuosos e múltiplas), e pode ser usada em casos mais simples para diminuir a deformidade anal da fistulotomia. O estudo original descreveu uma taxa de sucesso 94%, sem alterações na continência dos 18 pacientes incluídos. Trabalhos posteriores descreveramm taxas de sucesso com grande variação, de 47% a 95%. Um estudo de uma série de pacientes em nosso serviço demonstrou taxa de sucesso de 73% com o primeiro procedimento e de 88% após uma reoperação. São taxas inferiores às descritas originalmente, mas temos que considerar que em nossa amostra, a maioria dos pacientes apresentava fístulas complexas. O caso clínico em questão é o de uma fístula transesfincteriana baixa com grande chance de evolução favorável.
Comentários A LIFT é uma técnica de preservação esfincteriana segura para o tratamento da fístulas perineais simples e complexas.
#
No conflict of interest has been declared by the author(s).
Publication History
Article published online:
27 February 2024
© 2024. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil