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DOI: 10.1055/s-0043-1764513
CÂNCER DE CÓLON COM INVASÃO DO URETER: SOBREVIDA DE DOZE ANOS E PRESERVAÇÃO RENAL APÓS SUBSTITUTO URETERAL COM 3 TUBOS JEJUNAIS À MONTI
Apresentação do Caso Paciente feminino de 53 anos com adenocarcinoma de sigmoide ulcerado infiltrativo semioclusivo. Ela foi submetida a colectomia total por diagnóstico de segunda lesão maligna do colón e ressecção de ureter, ovário e trompa à esquerda. Preservaram-se somente 4 cm proximais do ureter. O trânsito intestinal foi reconstruído com anastomose ileorretal e confeccionou-se ileostomia protetora na fossa ilíaca à direita. O ureter esquerdo ficou ligado primariamente, e o rim esquerdo ficou excluído durante 19 dias. Optou-se por não se realizar nefrostomia ou nefrectomia nesse tempo operatório. O estadiamento clínico oncológico foi ECII T4N0M0. No 19º DPO, a paciente foi submetida a fechamento da ileostomia e reconstrução do ureter esquerdo com 3 tubos ileais pela técnica de Monti, em um segmento de 21 cm (3 tubos com 7 cm de extensão cada). A anastomose da bexiga foi feita com a técnica de tunelização de Lich-Gregoir. Posicionado o duplo J à esquerda, a paciente fez quimioterapia adjuvante com 5-fluoracil e leucovorin com boa tolerância. A paciente encontra-se bem clinicamente após seguimento de 12 anos, com discreta ectasia do ureter esquerdo, e com função renal preservada.
Discussão O tumor de cólon localmente avançado exige do cirurgião habilidades para o manejo de infiltrações neoplásicas em órgãos e estruturas adjacentes. A opção pela técnica de Monti neste relato possibilitou a reconstrução de segmento ureteral extenso e a consequente preservação de uma unidade renal; a nefrostomia não contava com consentimento prévio da paciente, e ampliaria as complicações em potencial, e a repercussão na qualidade de vida. A nefrectomia, neste caso, poderia induzir complicações em curto prazo durante a quimioterapia adjuvante, e em longo prazo, aumentar o risco relativo do desenvolvimento de doença renal.
Comentários finais Entre os pacientes submetidos a ressecção extensa de tumor pélvico com estadiamento T4b, o envolvimento ureteral é de cerca 24,6%, de forma que o conhecimento das técnicas de reconstrução se faz necessário: bexiga psoica, flap de Boari, uretero-uretero anastomose, reimplante ureteral e tubo jejunal à Monti. Os casos com extensa ressecção do ureter merecem comunicação em meios científicos, dada a raridade da situação, pois não há descrição de estudos multicêntricos e ou prospectivos dessas situações. Esta paciente conseguiu uma sobrevida muito extensa e com função renal preservada, o que justifica esta publicação.
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Publication History
Article published online:
16 March 2023
© 2023. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
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