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DOI: 10.1055/s-0038-1673223
Angiografia cerebral propedêutica: estudo de série de 1.000 casos sequenciais
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: Angiografia cerebral é o exame radiológico padrão-ouro para o diagnóstico de doenças vasculares encefálicas e consiste na administração de contraste radiopaco em vasos arteriais, permitindo a visualização da vascularização sanguínea. Estudos da literatura relacionam riscos de complicações clínicas e neurológicas associadas ao exame.
Objetivo: Descrever os resultados obtidos em 1000 angiografias cerebrais diagnósticas realizadas por equipe de 02 neurocirurgiões com formação intervencionista e vascular.
Metodologia: 1000 angiografias propedêuticas consecutivas, executadas entre junho de 2012 e novembro de 2017. Os pacientes foram submetidos ao procedimento mediante a realização de exames laboratoriais, eletrocardiograma e raio-x de tórax; liberação em risco cardiológico e anestésico; e assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. Utilizou-se a técnica de Seldinger, por punção da artéria femoral direita, com material padrão composto por agulha-cateter ou agulha de punção metálica 16 G, introdutor femoral 15cm,5F para os adultos e 4F para as crianças; cateter vertebral e/ou headhunter e Simmons II; e fio guia hidrofílico 0,035mm. Foram coletados os seguintes dados: idade, sexo, diagnóstico e complicações clínicas.
Resultados: 748 pacientes eram do sexo feminino e 252 do sexo masculino. A idade variou entre 3 e 93 anos, com média de 53 anos. 560 dos pacientes apresentaram 1 aneurisma cerebral, sendo 468 do sexo feminino e 92 do sexo masculino; 44 indivíduos tiveram 2 ou mais aneurismas; encontrou-se 71 casos de estenose arterial, sendo 64 estenoses carotídeas, 6 de a. vertebral, 3 de a. subclávia, 1 de a. cerebral média, com 3 pacientes apresentando estenose carotídea e de a. vertebral; 147 hemorragias subaracnoides (HSA) foram atestadas; houve 66 casos de pacientes com HSA e aneurisma cerebral; 38 casos de malformações arteriovenosas; 25 casos de acidente vascular encefálico isquêmico; 44 casos de trombose, sendo 35 arteriais, 5 de seios venosos e 2 venosos; 5 casos de hematoma subdural crônico; e duas complicações: uma dissecção arterial cervical traumática assintomática e um hematoma de grande porte na região de punção femoral. Não houve mortalidade.
Conclusão: Angiografia cerebral é o exame de escolha para diagnóstico de patologias vasculares encefálicas, devendo ser precedido de cuidados pré-operatórios para procedimentos invasivos. Os exames descritos apresentaram baixo índice de morbidade correlacionada a expertise dos executantes
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