CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672985
E-Poster – Pediatrics
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Avaliação do tratamento da hidrocefalia infantil na Santa Casa de Belo Horizonte

Leyzeane Marques Do Nascimento
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Pedro Henrique Piauilino Benvindo Ferreira
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Tancredo Alcântara Ferreira Junior
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Renata Ferreira De Souza
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Marcelo De Azevedo Silva Filho
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Bruno Silva Costa
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: O tratamento da hidrocefalia sofreu grande modificação na década de 1950 com o início da implantação de derivações ventriculares para o peritônio e posteriormente, em 1990, com os procedimentos endoscópicos. Entretanto, persistem altas as taxas de complicações pós-operatório, seja a curto prazo como as infecções de ferida operatória e meningites ou a longo prazo, como as disfunções dos sistemas de derivação.

    Materiais e métodos: Estudo retrospectivo realizado em pacientes menores de 13 anos de idade submetidos a procedimentos cirúrgicos para tratamento de hidrocefalia na Santa Casa de Belo Horizonte entre julho 2014 e dezembro de 2015.

    Resultados: A população do estudo consistiu em 46 pacientes com idade variando de 7 dias a 7 anos com uma média de idade de 1,38 anos. Foram realizados 89 procedimentos nestes pacientes com variação de 1 a 9 procedimentos por criança, média de 1,93 procedimentos/paciente. O procedimento predominante foi a derivação ventriculoperitoneal (DVP) com 44 casos (51,2%) seguido da derivação ventricular externa (DVE) em 16 casos (18,6%) e terceiro ventriculostomia endoscópica em 9 casos (10,5%). Além de revisões de DVP, retirada de DVP e fenestraçoes. No que tange à origem da hidrocefalia, 19 pacientes eram portadores de hidrocefalia comunicante sem causa esclarecida (41,3%), 10 eram pós-correção de mielomeningocele (21,7%), 6 associados a tumores cerebrais (13%), 5 com estenose de aqueduto cerebral (10,8%) e 6 pacientes com outras causas definidas de menor importância e prevalência, como AVE hemorrágico (13%). Quanto às complicações, foram 4 complicações liquóricas após implante ou revisão de DVP (7,5%), 1 após DVE (6,2%) e 1 infecção após procedimento endoscópico (7,6%).

    Discussão: Estudo realizado com objetivo de comparar o tratamento da hidrocefalia em crianças operadas na Santa Casa de BH com estudo semelhante realizado entre 2005 e 2007. Observou-se importante redução na incidência de infecções pós-DVP, que no estudo anterior era de 69%. Nos casos de mielomeningocele, a redução foi drástica, caindo de 100% de infecção para 10%. Os germes mais frequentes nas meningites foram Staphylococcus sp. (4 casos), seguido de enterobacter cloacal (2 casos). A taxa global de infecção foi de 6,74%, uma redução drástica nos últimos 10 anos.

    Conclusão: O tratamento da hidrocefalia pela equipe de neurocirurgia da Santa Casa de BH apresentou melhora expressiva, mas medidas para redução de infecções ainda necessitam ser aprimoradas.


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    No conflict of interest has been declared by the author(s).