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DOI: 10.1055/s-0038-1672596
Diagnóstico e manejo terapêutico da síndrome de Bertolotti: relato de caso e revisão da literatura
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: A síndrome de Bertolotti (SB) é caracterizada pela presença de uma variação anatômica na quinta vértebra lombar (L5) com a presença de alargamento do processo transverso, associado ou não a fusão com o sacro ou a crista ilíaca, resultando em um quadro álgico crônico, persistente e clinicamente refratário de lombalgia.
Apresentação clínica: Paciente do sexo feminino, 26 anos, sem antecedentes pessoais relevantes, foi encaminhado para nosso serviço com quadro lombalgia associado a dor irradiada para a região do quadril esquerdo pontuando 8/10 na escala visual analógica de dor (EVA). Ao exame físico foi evidenciado aumento no tônus da musculatura paravertebral em região lombar, ausência de sinais flogísticos, presença de teste de Patrick-Fabere positivo à esquerda em quadril, lateral bending positivo, bem como manobras de Lasegue e Kerning negativas. Ao estudo por tomografia computadorizada, evidenciou-se a presença de processo transverso aumentado à esquerda de L5 associado à pseudoarticulação deste com a parte superior do sacro. Mediante os achados foi adotado o diagnóstico de síndrome dolorosa miofascial e SB associado à conduta de infiltração percutânea de facetas articulares há 3 meses com melhora da dor persistente pontuando 3/10 na EVA. Atualmente segue em tratamento com fisioterapia motora e acupuntura e se discute a correção cirúrgica em caso de refratariedade.
Discussão/Conclusão: A lombalgia constitui na atualidade a segunda maior causa de dor no mundo, sendo superado apenas pela cefaleia. A SB foi descrita pela primeira vez em 1917, tendo como incidência estimada afetar até 18,5% das lombalgias nos indivíduos menores de 30 anos de idade. Embora o diagnóstico radiológico seja patognomônico, a apresentação clínica desta síndrome é vasta, podendo cursar com sinais radiculares e limitação na movimentação, dificultando o diagnóstico precoce. O tratamento desta patologia ainda permanece incerto, há autores que realizam apenas múltiplos bloqueios químicos simpáticos percutâneos, àa medida que a conduta cirúrgica de ressecção desta anormalidade tende a ser descrita como tratamento definitivo. Logo, estudos prospectivos, randomizados e com casuísticas significativas são necessários para averiguar o controle adequado do quadro álgico perante as atuais modalidades terapêuticas disponíveis almejando a padronização do manejo e melhora da qualidade de vida destes pacientes.
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