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DOI: 10.1055/s-0043-1764925
TUMOR NEUROENDÓCRINO NO APÊNDICE: RELATO DE CASO
Apresentação do Caso A.C., de 46 anos, do sexo feminino, iniciou quadro de dor aguda em outubro de 2021, de baixa intensidade, com progressão para alta (10 de 10) em poucas horas, nas regiões lombar e periumbilical, com posterior migração para o quadrante inferior direito do abdome e sinal de Blumberg positivo. A tomografia computadorizada revelou o apêndice cecal com calibre aumentado e paredes espessadas, associado a mínimo edema de gordura mesentérica adjacente. A paciente foi encaminhada para apendicectomia videolaparoscópica, e a peça, enviada para estudo anatomopatológico. Em 7 de novembro de 2021, a biópsia revelou se tratar de um carcinoma neuroendócrino bem diferenciado, que comprometia toda a extensão do apêndice cecal e media cerca de 8 cm. Foram solicitados tomografia de tórax e ressonância magnética de abdome, sem evidências de metástase, e exame de cromogranina A, com 70,56 ng/mL. No mesmo mês foi realizada uma ileocolectomia direita, com envio da peça cirúrgica para exame anatomopatológico, com o seguinte laudo: “segmento ileocolônico com hiperplasia linfoide folicular reativa; esteatonecrose focal, com reação gigantocelular do tipo corpo estranho; cinco linfonodos reativos, livres de neoplasia; margens de ressecção cirúrgica livres de lesão e viáveis”. A paciente evoluiu satisfatoriamente no pós-operatório, e atualmente se encontra assintomática.
Discussão Os tumores neuroendócrinos no apêndice podem desencadear sintomas locais ou sistêmicos, como consequência dos compostos bioativos produzidos por eles, como serotonina e histamina. Essas substâncias vasoativas podem levar à síndrome carcinoide, apesar de isso ser incomum. No caso aqui apresentado, devido à extensão do tumor por todo o apêndice cecal e seu tamanho de 8 cm, provavelmente ocorreu uma obstrução do apêndice vermiforme, o que levou ao quadro de isquemia, necrose e inflamação, que resultou no processo de apendicite. O acompanhamento após a ressecção deve ser feito entre 3 e 12 meses, por meio de anamnese, exame físico, pesquisa de marcadores e exames de imagem.
Considerações Finais A presença de neoplasias no apêndice é normalmente um achado acidental, ocorre em apenas 1% das apendicectomias, e corresponde a apenas 0,5% das neoplasias intestinais. Para tumores > 2 cm, como no caso aqui relatado, a hemicolectomia direita é indicada. Esse caso demonstra a importância da análise histopatológica da peça, tendo em vista que a presença de neoplasia é sempre uma possibilidade, e deve ser investigada.
Publikationsverlauf
Artikel online veröffentlicht:
16. März 2023
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