CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2022; 42(S 01): S1-S219
DOI: 10.1055/s-0043-1764925
Temas gerais dentro da especialidade
ID – 114215
Pôster Eletrônico

TUMOR NEUROENDÓCRINO NO APÊNDICE: RELATO DE CASO

Marina Yuri Takahara
1   Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil
,
Bruna Luiza Oliveira Lima
1   Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil
,
Cristiana Almeida Naves Sorna
1   Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil
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Giancarlo Prediger Dobri
1   Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil
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Jacqueline Jéssica de Marchi
1   Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil
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Maria Luísa Hotz Marassi
1   Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil
,
Roberta Krause Romero
2   Clínica Cliniprocto, Sinop, MT, Brasil
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Sofia Landim Teixeirense Pinheiro
1   Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil
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Apresentação do Caso A.C., de 46 anos, do sexo feminino, iniciou quadro de dor aguda em outubro de 2021, de baixa intensidade, com progressão para alta (10 de 10) em poucas horas, nas regiões lombar e periumbilical, com posterior migração para o quadrante inferior direito do abdome e sinal de Blumberg positivo. A tomografia computadorizada revelou o apêndice cecal com calibre aumentado e paredes espessadas, associado a mínimo edema de gordura mesentérica adjacente. A paciente foi encaminhada para apendicectomia videolaparoscópica, e a peça, enviada para estudo anatomopatológico. Em 7 de novembro de 2021, a biópsia revelou se tratar de um carcinoma neuroendócrino bem diferenciado, que comprometia toda a extensão do apêndice cecal e media cerca de 8 cm. Foram solicitados tomografia de tórax e ressonância magnética de abdome, sem evidências de metástase, e exame de cromogranina A, com 70,56 ng/mL. No mesmo mês foi realizada uma ileocolectomia direita, com envio da peça cirúrgica para exame anatomopatológico, com o seguinte laudo: “segmento ileocolônico com hiperplasia linfoide folicular reativa; esteatonecrose focal, com reação gigantocelular do tipo corpo estranho; cinco linfonodos reativos, livres de neoplasia; margens de ressecção cirúrgica livres de lesão e viáveis”. A paciente evoluiu satisfatoriamente no pós-operatório, e atualmente se encontra assintomática.

Discussão Os tumores neuroendócrinos no apêndice podem desencadear sintomas locais ou sistêmicos, como consequência dos compostos bioativos produzidos por eles, como serotonina e histamina. Essas substâncias vasoativas podem levar à síndrome carcinoide, apesar de isso ser incomum. No caso aqui apresentado, devido à extensão do tumor por todo o apêndice cecal e seu tamanho de 8 cm, provavelmente ocorreu uma obstrução do apêndice vermiforme, o que levou ao quadro de isquemia, necrose e inflamação, que resultou no processo de apendicite. O acompanhamento após a ressecção deve ser feito entre 3 e 12 meses, por meio de anamnese, exame físico, pesquisa de marcadores e exames de imagem.

Considerações Finais A presença de neoplasias no apêndice é normalmente um achado acidental, ocorre em apenas 1% das apendicectomias, e corresponde a apenas 0,5% das neoplasias intestinais. Para tumores > 2 cm, como no caso aqui relatado, a hemicolectomia direita é indicada. Esse caso demonstra a importância da análise histopatológica da peça, tendo em vista que a presença de neoplasia é sempre uma possibilidade, e deve ser investigada.



Publikationsverlauf

Artikel online veröffentlicht:
16. März 2023

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