Subscribe to RSS

DOI: 10.1055/s-0043-1764596
ESFINCTEROTOMIA LATERAL INTERNA: RESULTADOS EM LONGO PRAZO DE 31 PACIENTES OPERADOS
Introdução A esfincterotomia lateral interna (ELI) é o tratamento padrão-ouro para a fissura anal crônica. Mais seguro para a continência anal, o tratamento clínico não consegue superar as taxas de cura de 88% a 100% da ELI. A taxa de incontinência pós-operatória pode ser de até 30%.
Objetivo Primariamente, apresentar resultados tardios dos pacientes com fissura anal crônica submetidos a ELI no serviço hospitalar, e, secundariamente, descrever as possíveis associações das características da população estudada aos seguites desfechos: cura, recidiva e complicações.
Materiais e Métodos Estudo retrospectivo baseado na revisão de prontuários, com aprovação do Comitê de Ética (n° 22859). Os dados foram submetidos a análise estatística com alfa de 5%, e o critério de inclusão foi pacientes com diagnóstico de fissura anal submetidos a ELI de 2015 a 2021 no serviço de cirurgia do cólon e reto do nosso hospital. E os critérios de exclusão foram seguimento de pós-operatório de menos de 6 meses, ou fissura secundária a afecções infecciosas, neoplásicas, doença de Crohn, ou trauma de repetição.
Resultados e Discussão O estudo incluiu 31 pacientes com idade média de 42 anos; 61% da amostra era de mulheres, 64,5% apresentavam alteração de hábito intestinal (constipação ou diarreia). A localização mais comum foi a posterior (64%), e 77% tinham alguma doença associada, a mais comum, obesidade (35%). Foi realizada ELI calibrada aberta (27) ou fechada (4), associada (22) ou não a fissurectomia (9). O tempo médio de seguimento foi de 27 meses, e 93% alcançaram cicatrização (média: 4,7 meses). Houve 3 casos de persistência (resolvidos após reoperação) e 4 de recidiva (média: 26 meses), com boa resposta ao tratamento clínico. Não houve piora da continência, mas diminuição da pontuação média na escala da Cleveland Clinic, de 6,3 para 3,1, persistindo em 19%. A única associação estatística significativa encontrada foi a de maior persistência da fissura em pacientes com IMC médio inferior aos pacientes com cicatrização adequada (p = 0,011). Como a fissura anal se relaciona à hipertonia esfincteriana e já foi demonstrado que obesos têm menor pressão de repouso do que controles, eles podem ter cicatrização favorecida. Mais estudos são necessários para reproduzir dados e investigar mecanismos.
Conclusão As taxas de cicatrização, falha e complicações em nosso serviço são boas, semelhantes às da literatura. Pacientes obesos apresentaram melhor resposta.
Publication History
Article published online:
16 March 2023
© 2023. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil