CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2022; 57(01): 103-107
DOI: 10.1055/s-0041-1731416
Artigos Originais
Mão

Avaliação dos resultados a longo prazo da cirurgia de Oberlin na paralisia braquial obstétrica[*]

Article in several languages: português | English
1   Departamento de Cirurgia da Mão, Santa Casa da Misericórdia de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas, São Paulo, SP, Brasil
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2   Departamento de Ortopedia e traumatologia, Santa Casa da Misericórdia de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas, São Paulo, SP, Brasil
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2   Departamento de Ortopedia e traumatologia, Santa Casa da Misericórdia de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas, São Paulo, SP, Brasil
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3   Departamento de Cirurgia da Mão e Microcirurgia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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1   Departamento de Cirurgia da Mão, Santa Casa da Misericórdia de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas, São Paulo, SP, Brasil
› Author Affiliations

Resumo

Objetivo Avaliar a flexão do cotovelo em crianças portadoras de paralisia obstétrica do plexo braquial submetidas à transferência de Oberlin.

Métodos Estudo retrospectivo com 11 pacientes acometidos por paralisia decorrente do trabalho de parto e que não apresentaram recuperação espontânea da flexão do cotovelo até os 12 meses de vida, operados entre 2010 e 2018.

Resultados As crianças foram operadas entre os 5 e 12 meses de vida, com média de 7,9 meses e o tempo médio de seguimento foi de 133,2 meses, variando de 37 a 238 meses. Seis pacientes (54,5%) apresentaram grau de força muscular ≥ 3, medido pela escala de força do Medical Research Council (MRC), e, pela escala de movimentação ativa (Active Momement Scale [AMS]), 5 pacientes obtiveram pontuação ≥ 5. Foi identificada correlação negativa entre a AMS e a classificação de Narakas (r = -0,509), bem como entre a MRC e a classificação de Narakas (r = -0,495). Já entre a AMS e a MRC, foi observada forte correlação positiva (r = 0,935), demonstrando que quanto maior a pontuação na escala de movimento, maior será a pontuação na escala de força muscular.

Conclusão A cirurgia de Oberlin apresenta-se como uma opção possível para a recuperação da flexão do cotovelo em crianças com plexopatia neonatal; no entanto, demonstra resultados bastante heterogêneos, mesmo no seguimento a longo prazo.

Suporte Financeiro

Não houve suporte financeiro de fontes públicas, comerciais, ou sem fins lucrativos.


* Trabalho desenvolvido na Santa Casa da Misericórdia de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas, São Paulo, Brasil.




Publication History

Received: 26 April 2020

Accepted: 11 February 2021

Article published online:
21 January 2022

© 2022. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

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