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DOI: 10.1055/s-0038-1673203
Pseudoaneurisma traumático da artéria bucal
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação do caso: H.R., 23 anos, sofreu acidente automobilístico apresentando traumatismo cranioencefálico leve com pequena hemorragia subaracnóidea e fratura do ramo mandibular à esquerda. Ao exame físico, apresentava importante sangramento oral não controlado com tamponamento primário e intervenção cirúrgica buco-facial, evoluindo com alteração hemodinâmica. Realizado estudo angiográfico emergencial que identificou pseudoaneurisma traumático da artéria bucal esquerda, sendo submetido à embolização com 1 mL de cola biológica à 25% (Histoacryl). Paciente evoluiu de forma satisfatória, sem complicações.
Discussão: Os traumas craniofaciais são comuns nos atendimentos de emergência e podem ser definidos por lesões locais na região da face, quando ocorre ruptura da integridade tecidual anatômica, podendo ser representada por diversos tipos de lesões. Nesse aspecto, podem surgir contusões, lacerações e hemorragias. As lesões vasculares costumam ser significativas e podem potencializar efeitos deletérios no prognóstico do paciente traumatizado a curto e a longo prazo. Os tipos de traumatismos faciais mais prevalentes acometem mandíbula, maxila, zigomático, região orbital e ossos do nariz. Dissecções na artéria bucal são extremamente raras. Quanto aos aspectos anatômicos, sabe-se que a artéria bucal é ramo da artéria maxilar interna, a qual se origina ao nível do colo da mandíbula, como ramo final da artéria carótida externa. As lesões da artéria carótida externa ou de seus ramos podem cursar com sangramentos importantes. As opções terapêuticas incluem hemostasia simples, uso de próteses ou ligaduras locais e embolizações nos casos refratários ao tratamento típico.
Comentários finais: As lesões vasculares faciais traumáticas são de extrema relevância, tendo em vista o alto risco de morbimortalidade. O correto diagnóstico associado as medidas terapêuticas precoces são o grande desafio para um desfecho favorável. Nessa assertiva, a terapia endovascular é uma excelente opção terapêutica para os casos de sangramento refratário as medidas iniciais ou nos casos de instabilidade hemodinâmica, sendo que a morbidade e as intercorrências do tratamento endovascular são mínimas quando o procedimento é realizado com critério, por equipe multidisciplinar capacitada e com materiais adequados.