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DOI: 10.1055/s-0038-1673168
Tratamento endovascular das lesões arteriais iatrogênicas em acesso endoscópico nasal: relato de três casos
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: As lesões arteriais iatrogênicas ocorridas durante as cirurgias endonasais são raras. Os casos que necessitarão de tratamento endovascular geralmente acometem as artérias carótida interna ou a artéria esfenopalatina, sendo ainda mais rara a lesão das artérias localizadas no espaço subaracnoideo. Dados do Nationwide Inpatient Sample mostraram que de mais de 70 mil pacientes submetidos a cirurgia endonasal nos Estados Unidos, no periodo de 2001 a 2010, apenas 0,1% precisaram de intervenção endovascular.
Disucssão: A lesão consiste em ruptura da parede arterial, com a formação de um pseudo aneurisma, sendo o padrão ouro para o tratamento a oclusão do vaso acometido. Entretanto, nas lesões da artéria carótida interna que se associam a situações anatômicas desfavoráveis (polígono de Willis incompleto ou incompetente), o sacrifício arterial não será possível. Nesses casos, precisaremos lançar mão de técnicas endovasculares reconstrutivas. Para essa finalidade, o arsenal de dispositivos é amplo e sua escolha vai depender do tipo de lesão. Podemos utilizar espirais destacáveis, balão de remodelagem, onyx, stents intracranianos e direcionadores de fluxo.
Método: Relatamos 03 casos de pacientes submetidos a ressecção de tumor selar por via endoscópica nasal em que houve lesão arterial. Em um, a lesão da carótida interna foi corrigida através de técnica reconstrutiva, preservando o vaso portador, utilizando balão de modelagem, espirais destacáveis e agente embolizante liquido.
Resultados: Outro paciente com lesão da artéria cerebral anterior foi tratado com oclusão simples do vaso. Em ambos houve remissão da hemorragia. O terceiro paciente em que o pseudoaneurisma não foi corrigido experimentou epistaxe maciça em decorrência de ressangramento, culminando com óbito. Devido ao comportamento agressivo dessas lesões, o tratamento endovascular do pseudoaneurisma deve ser resolutivo e instituído de forma precoce. Conclusão: A angiografia digital por cateterismo é fundamental para o diagnóstico e avaliação anatômica e funcional da circulação intracraniana, fornecendo dessa maneira os requisitos necessários para a orientação do tratamento.