CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673156
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Paralisia unilateral do nervo hipoglosso como única manifestação de dissecção espontânea de carótida interna associada com a variante da artéria faríngea ascendente

Antenor Tavares de Sá Júnior
1   Hospital Alberto Rassi
2   UNIEVANGÉLICA
3   Universidade Federal de Goiás
,
Sebastião Berquó Peleja
1   Hospital Alberto Rassi
2   UNIEVANGÉLICA
3   Universidade Federal de Goiás
,
Jean Louis Schoepfer Junior
1   Hospital Alberto Rassi
2   UNIEVANGÉLICA
3   Universidade Federal de Goiás
,
Isabella Mesquita Venâncio
1   Hospital Alberto Rassi
2   UNIEVANGÉLICA
3   Universidade Federal de Goiás
,
Eduardo Augusto Silva Rosa
1   Hospital Alberto Rassi
2   UNIEVANGÉLICA
3   Universidade Federal de Goiás
,
Nathalia Aidar Bittar
1   Hospital Alberto Rassi
2   UNIEVANGÉLICA
3   Universidade Federal de Goiás
,
Mariana Berquó Peleja
1   Hospital Alberto Rassi
2   UNIEVANGÉLICA
3   Universidade Federal de Goiás
,
Patricia Montini Perazolo
1   Hospital Alberto Rassi
2   UNIEVANGÉLICA
3   Universidade Federal de Goiás
,
Rodrigo Santos Beze
1   Hospital Alberto Rassi
2   UNIEVANGÉLICA
3   Universidade Federal de Goiás
,
Sofia Rosa Ribeiro
1   Hospital Alberto Rassi
2   UNIEVANGÉLICA
3   Universidade Federal de Goiás
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Publikationsverlauf

Publikationsdatum:
06. September 2018 (online)

 

Introdução: Relatamos o caso de um senhor de 53 anos, com queixa de disfagia, sensação de aumento do volume da língua e xerostomia há 30 dias, sem outras queixas. Nega comorbidades, tabagismo e história de trauma. Ao exame físico notava-se edema lingual e desvio da língua para esquerda. Não apresentava paralisia facial ou qualquer sinal de lesão em outros nervos cranianos. A angiorressonância de crânio e pescoço revelou trombo intramural na carótida interna esquerda, sugestivo de dissecção arterial.

Discussão: Estudo angiográfico da carótida interna evidenciou presença de pseudoaneurisma, redução segmentar do calibre da carótida interna e ainda variação anatômica com a artéria faríngea ascendente (AFA) emergindo como ramo da carótida interna. A dissecção espontânea da carótida interna cervical é um evento incomum, que acomete cerca de 3 para cada 100.000 habitantes por ano. Habitualmente cursa com cefaléia intensa, cervicalgia e acidentes vasculares encefálicos isquêmicos (AVEi). Em uma minoria, aproximadamente 12% dos casos, pode haver paralisia de nervos cranianos associada, sendo o nervo hipoglosso o mais comumente acometido. Geralmente acompanhada de outros sinais e sintomas, como síndrome de Horner, acometimento de outros nervos cranianos, déficits neurológicos e cefaleia, a paralisia do hipoglosso como sinal isolado da dissecção de carótida interna é um evento raro e pouco relatado. A compressão mecânica do nervo, decorrente do efeito expansivo da dissecção, parece ser o principal mecanismo causador da paralisia. Contudo, acreditamos que a variante anatômica da artéria faríngea ascendente, neste caso, pode ter sido determinante na paralisia, uma vez que ela é ramo da carótida interna na região da dissecção. A artéria faríngea ascendente é um ramo da artéria carótida externa, que possui um tronco neuromeningeal de onde emerge o ramo hipoglossal que supre a vasa nervorum do nervo hipoglosso. Variações da AFA que se originam da carótida interna são raras e verificadas em apenas 2% dos casos. Em geral, a carótida interna possui trajeto cervical retilíneo até a base do crânio e não emite ramos.

Conclusão: Diante da raridade desta apresentação, ressaltamos a importância de descartar a dissecção de artéria carótida interna em caso de paralisia do nervo hipoglosso sem etiologia aparente.