CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673138
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Experiência inicial no tratamento microcirúrgico dos aneurismas paraclinóideos

Eduardo Vieira
1   Hospital da Restauração
,
Hildo Azevedo-Filho
1   Hospital da Restauração
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O tratamento microcirúrgico dos aneurismas paraclinoideos é desafiador devido à anatomia complexa, proximidade à base do crânio e dificuldade de controle proximal. O avanço das técnicas endovasculares limitou ainda mais as indicações cirúrgicas para esse grupo de aneurismas.

Objetivo: descrever a experiência inicial no tratamento microcirúrgico dos aneurismas paraclinoideos em um centro de referência para tratamento de doenças cerebrovasculares.

Métodos: revisão de prontuários médicos, vídeos cirúrgicos, exames radiológicos pré e pós-operatórios e realização de consultas ambulatoriais. Os resultados clínicos foram aferidos através da escala de Rankim modificada (ERm).

Resultados: ao longo de 4,5 anos, 38 pacientes portadores de aneurismas paraclinoideos foram tratados cirurgicamente. A idade média foi de 47 anos. Dos 38 pacientes, 17 foram tratados de modo urgente após hemorragia subaracnóidea (HSA) e 21 o foram de forma eletiva. O tamanho médio dos aneurismas tratados foi de 10,1mm, sendo 21 (55%) maiores que 10mm e 35 (92%) possuíam colo largo (definido por relação domo/colo < 2). Ao final do período de acompanhamento, 35 pacientes (92%) mantiveram-se no mesmo grau na ERm ou melhoraram. Os 3 pacientes (7,8%) que pioraram na ERm apresentaram HSA associada, sendo que 1 (2,6%) evoluiu para óbito. No total, 3 pacientes (7,8%) evoluíram com piora da acuidade visual, sendo que um paciente evoluiu com amaurose ipsilateral. Todos os pacientes foram submetidos a angiografia convencional para controle radiológico e oclusão completa foi verificada em 35 pacientes (92% dos casos). Em 3 pacientes foi observada a presença de colo residual, que foi deixado para preservação de fluxo na artéria oftálmica.

Conclusão: A microcirurgia para tratamento dos aneurismas paraclinoideos é mais abrangente e está associada a altas taxas de oclusão aneurismática, com baixa morbidade neurológica e visual.