CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673136
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Cura de malformação arteriovenosa cerebral Spetzler 4 e 5 após tratamento multimodal. Uma série de casos

Edson Bernaldino Neto
1   Hospital São José do Avaí
,
Jordan Camara Moura
1   Hospital São José do Avaí
,
Jhoney Francieis Feitosa
1   Hospital São José do Avaí
,
Henrique Alves Pinto Silva
1   Hospital São José do Avaí
,
Savio Boechat Primo De Siqueira
1   Hospital São José do Avaí
,
Carlos Mauricio Primio De Siqueira
1   Hospital São José do Avaí
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Entende-se por Mal-Formação Arteriovenosa (MAV) Cerebral anomalias de formação dos vasos sanguíneos cerebrais com persistência das artérias e veias primitivas e ausência de capilares. Condição que provoca um shunt arteriovenoso sem interposição do leito capilar, com distúrbios de fluxos e gradientes pressóricos alterados e incompatíveis com a capacidade estrutural desse leito vascular aberrante. O risco de hemorragia dessa estrutura é de 1 a 3% ao ano e a taxa de mortalidade de 10% a 17%. Apresentamos uma serie de 10 casos de tratamento de MAVs Cerebrais Spetzler-Martin 4 e 5 curadas com terapêutica multimodal analisando-se, retrospectivamente, em 2016 – 2017 critérios de cura, utilizando para isso levantamento de prontuários e revisão das imagens arteriográficas. Identificou-se 8 pacientes com MAV grau 4 e dois com MAV grau 5. A distribuição por sexo foi de 1:1, com faixa etária media de 34,7 anos. Três pacientes eram portadores de hipertensão arterial sistêmica, dois tabagistas, três com história familiar de MAV. Ao diagnóstico, trinta por cento apresentavam cefaleia e crise convulsiva, 50% somente cefaleia, 20% apresentou cefaleia e sincope.

Métodos: Todos os pacientes foram submetidos terapêutica multimodal com embolizações parciais sequenciais e sessões de radiocirurgia estereotáxica. Os pacientes foram acompanhados nesse período e todos foram tratados com embolização e radiocirurgia. Quatro pacientes foram submetidos a embolização com Onix e 1 com histoacril e lipidol em 3 etapas. Outros quatro foram submetidos a 2 etapas de embolização com ONIX. Arteriografias cerebrais de controle em 6 meses, 1 ano e 2 anos, evidenciaram fechamento do fluxo nidal de 100% determinando critério objetivo de cura. Por fim, sabe-se que a conduta terapêutica das MAVs cerebrais tem sido motivo de controvérsias. O principal fator implicado na tomada de decisão para intervenções neurocirúrgicas leva em consideração o baixo potencial de morbi/mortalidade das MAVs. Entretanto, há dados contraditórios dessa afirmação, com índices de morbi/mortalidade alarmantes em pacientes com MAV rota conduzidos conservadoramente.

Conclusão: O desenvolvimento de opções terapêuticas multimodais possibilita alcançar um nível de tratamento satisfatório, em casos individualizados até definitivo das MAVs cerebrais, incluindo equipe multiprofissional com neurocirurgia, neurorradiologia e radiocirurgia.