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DOI: 10.1055/s-0038-1673128
Mapeamento cortical e subcortical da área da linguagem em cavernoma da área perisilviana: relato de caso
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: Cerca de 75% dos cavernomas (CAs) estão localizados superficialmente no hemisfério cerebral, podendo ser facilmente removidos. Quando estão localizados em regiões corticais e subcorticais eloquentes, representam um desafio para o neurocirurgião. A abordagem dos CAs da área perisilviana é pouco descrita na literatura e baseia-se em relatos de casos ou de pequenas séries.
Objetivo: Descrever um caso de uma paciente com cavernoma da área motora que foi submetida a ressecção microcirúrgica com auxilio de mapeamento cortical e subcortical da linguagem.
Método: As informações foram obtidas através da coleta de dados de modo prospectivo após consentimento da paciente submetida a pesquisa. Resultados: Paciente sexo feminino, 54 anos, com história de crise convulsiva focal simples com movimentos de flexão em membro superior direito (MSD), desvio de rima labial para esquerda e afasia transitória há 02 meses. Não há história prévia de crise convulsiva. Foi submetida a investigação com tomografia computadorizada de crânio (TC), que evidenciou lesão hiperdensa em região frontal esquerda no giro pré-central. A Ressonância Magnética (RM) mostrou lesão sugestiva de cavernoma, sendo proposto o tratamento cirúrgico A Cirurgia foi planejada segundo a técnica 3A (ASLEEP-AWAKE-ASLEEP). Inicialmente com anestesia geral e mascara laríngea. Após a craniotomia, a paciente foi acordada para realização do mapeamento cortical da linguagem e área motora. Foi selecionada a melhor rota cirúrgica com base no mapeamento e na localização intraoperatória por neuronavegação. O cavernoma foi ressecado completamente. Em seguida foi realizado o mapeamento subcortical, no intuito de avaliar a possibilidade de ressecção da área gliótica perilesional e remover potenciais áreas epileptogenicas. Esta não se mostrou eloquente, portanto, foi ressecada. A Paciente realizou o pós-operatório na unidade de terapia intensiva (UTI) durante 1 dia. O resultado da anatomia patológica confirmou o diagnóstico de cavernoma. No seguimento ambulatorial em 1 mês a paciente encontrava-se sem novas crises e com a linguagem preservada.
Conclusão: CAs da área perisilviana são raros e, geralmente, apresentam manifestação clínica com crise epiléptica, déficit de linguagem ou déficit motor secundária à hemorragia. O mapeamento cortical e subcortical da linguagem foi útil para adicionar segurança ao procedimento.