CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673122
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Tratamento endovascular de cisto ósseo aneurismático cervical pediátrico

Zeferino Demartini Junior
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
2   Hospital Pequeno Príncipe
,
Ricardo Munhoz da Rocha Guimarães
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
2   Hospital Pequeno Príncipe
,
Bruno Carneiro Bandeira
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
2   Hospital Pequeno Príncipe
,
Luana Antunes Maranha Gatto
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
2   Hospital Pequeno Príncipe
,
Gelson Luiz Koppe
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
2   Hospital Pequeno Príncipe
,
Luiz Eduardo Munhoz da Rocha
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
2   Hospital Pequeno Príncipe
,
Emiliano Neves Vialle
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
2   Hospital Pequeno Príncipe
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Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O cisto ósseo aneurismático (COA) é uma lesão óssea expansiva benigna que provoca redução da camada cortical e cavitações preenchidas com sangue.

Relato do caso: Paciente masculino, 16 anos, com queixa de dor na nuca durante 6 meses, e aumento progressivo de volume no pescoço. Ao exame físico apresentava massa cervical, dolorida à palpação, limitação aos movimentos de rotação e lateralização da cabeça, sem sinais flogísticos, déficits motores ou sensitivos. A radiografia simples mostrou lesão expansiva destruindo o processo espinhoso de C2, e a RM cervical evidenciou tumoração, contendo loculações e realçada com contraste, compatível com cisto ósseo aneurismático. A lesão media 8cm no maior diâmetro e se estendia até o corpo da vértebra, envolvendo as artérias vertebrais. A angiografia foi realizada e evidenciou lesão ricamente vascularizada por artérias cervicais ascendentes, occipitais e vertebrais bilateralmente. Foi obtida oclusão das principais aferências das artérias cervicais e occipitais, utilizando microesferas de PVA e espirais de platina. Durante um ano de acompanhamento a massa permaneceu indolor, e o controle evolutivo por radiografia e TC demonstraram redução volumétrica da lesão, com ossificação e espessamento da camada cortical. Diante da estabilização da lesão, foi indicado seguimento ambulatorial, reservando cirurgia para recidiva.

Discussão: O COA é uma lesão rara, representando 1 a 2% dos tumores primários do osso.4 A maioria ocorre como lesão secundária decorrente de outras condições ósseas, tais como tumor de células gigantes, condroblastoma, displasia fibrosa, osteoblastoma e fibroma não ossificante. O COA raramente é encontrado na região cervical e o caso em questão ilustra bem sua sintomatologia e topografia. O tratamento do COA cervical permanece desafiador devido à sua localização, vascularização e alto índice de recorrência mesmo após remoção.6 Dentre as modalidades de tratamento descritas estão observação, corticoide, injeção de álcool, embolização, biópsia, curetagem intralesional e ressecção cirúrgica.4 No tratamento endovascular, a utilização de micropartículas permite oclusão vascular a nível capilar, causando necrose que pode auxiliar na involução da lesão.

Conclusão: O tratamento endovascular do COA é um adjuvante que reduz a morbidade cirúrgica pela redução de perda sanguínea, o que é particularmente importante na população pediátrica