CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673112
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Estratégia microcirúrgica em aneurismas gigantes parcialmente trombosados: aneurismectomia, tromboendarterectomia e reconstrução direta com clipes

Antônio Gilson Prates Júnior
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Baltazar Leão Reis
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Fernando Augusto Medeiros Carrera Macedo
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Emmanuel de Oliveira Sampaio Vasconcelos e Sá
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Luiza Cançado Guerra D’Assumpção
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Eduardo Dalla Bernardina Fraga
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Lucas Rodrigues de Souza
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Henrique Dias de Souza
1   Hospital das Clínicas da UFMG
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Objetivo: Demonstrar e discutir a técnica de tratamento cirúrgico de aneurismas gigantes de anatomia complexa parcialmente trombosados através da exérese parcial do aneurisma, retirada completa do trombo e remodelamento da parede arterial com clipes de titânio.

Desenho: Nota técnica cirúrgica e relato de casos.

População/Métodos: Foram revisados os registros médicos e vídeos das cirurgias de 2 pacientes operados recentemente com o diagnóstico de aneurisma gigante parcialmente trombosado. O primeiro caso, consiste em uma paciente de 15 anos com aneurisma não roto de artéria pericalosa esquerda de 2,7 cm. O segundo caso, uma paciente de 32 anos com aneurisma não roto de bifurcação de artéria cerebral média esquerda de 2,53 cm. Ambas as pacientes foram submetidas a cirurgia eletiva com a mesma equipe cirúrgica. Durante a cirurgia, foi realizado controle proximal e distal do aneurisma e clipagem temporária das artérias adjacentes ao colo. Posteriormente, foi realizada abertura do aneurisma e ressecção da maior parte do seu dome, retirando, em seguida, o trombo intramural completamente. Após esta etapa, foi reconstruída a anatomia do vaso utilizando a parede residual do aneurisma, coaptando-a com clipes metálicos retos de titânio.

Resultados: Em ambos os casos foi possível a exclusão da dilatação aneurismática, com reconstrução da parede dos vasos, sem sangramento intra-operatório ou estenose do seu lúmen. A arteriografia pós-operatória dos dois casos estudados evidenciou fluxo adequado nos vasos reconstruídos e ausência de colo residual ou estenose. As pacientes não apresentaram déficits neurológicos permanentes no pós-operatório.

Conclusões: Com a evolução das técnicas de embolização de aneurisma por neurorradiologia intervencionista, os aneurismas que se apresentam para tratamento cirúrgico tornam-se cada vez mais complexos e configuram um desafio para as técnicas microcirúrgicas. O tratamento desses através da técnica apresentada constitui via efetiva, viável e segura para o manejo cirúrgico de tais condições. Entretanto, sua aplicabilidade é dependente de treinamento intensivo em microcirurgia neurovascular, além de avaliação e planejamento pré-operatório adequados do paciente.