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DOI: 10.1055/s-0038-1673109
Estudo epidemiológico das principais causas de hemorragia subaracnóidea em hospital de referência em neurocirurgia
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: A hemorragia subaracnóidea corresponde ao sangramento no espaço entre a aracnoide e a pia-máter. Representa dez por cento dos acidentes vasculares encefálicos hemorrágicos, sendo sua maioria causada por aneurismas saculares rotos. Outras causas incluem trauma, malformações ou fístulas arteriovenosas, vasculites, dissecções arteriais intracranianas, angiopatia amilóide, diáteses hemorrágicas e uso de drogas ilícitas (especialmente cocaína e anfetaminas). As principais complicações são o ressangramento, vasoespasmo e isquemia cerebral tardia, hidrocefalia, hipertensão intracraniana, entre outras.
Objetivos: Determinar as principais causas de hemorragia subaracnóidea ocorridas em pacientes admitidos em hospital de referência em neurocirurgia.
Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo, a partir da coleta de dados de 168 pacientes, vítimas de hemorragia subaracnóidea, no período de janeiro de 2016 a março de 2018.
Resultados: Foram analisados 168 casos de hemorragia subaracnóidea, entre etiologias espontâneas e traumáticas. As causas de maior relevância foram as hemorragias pós trauma cranioencefálico, correspondendo a 36,3% (n = 61); por aneurisma, com 31,54% (n = 53); por malformações arteriovenosas, obtendo-se 6,54% (n = 11). Outras causas de impacto foram por trombose venosa cerebral (5,35%; n=9); causa idiopática (4,16%; n=7); hemorragia perimesencefálica benigna (2,97%; n=5). Causas de impacto menor foram as hemorragias encontradas em usuários de drogas ilícitas (2,38%; n=4); secundárias a tumores, distúrbios da coagulação e ao uso de medicamentos, todas com 1,78% (n = 3); hemorragias subaracnóideas secundárias à doença de Moya-Moya e pós-acidente de punção liquórica, com 1,19% cada (n = 2). Por fim, aquelas secundárias à aneurismas micóticos, pós-ressuscitação em casos de PCR, dissecção vertebral, pós-raquianestesia e blush de artéria oftálmica obtiveram menor prevalência, com 0,59% de ocorrência cada (n = 1).
Conclusão: O presente estudo apontou que pacientes pós trauma cranioencefálico estão entre os mais acometidos por hemorragia subaracnóidea. Nesse contexto, torna-se nítido o papel social da prevenção primária para redução de morbimortalidade.