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DOI: 10.1055/s-0038-1673048
Revisitando o hematoma extradural agudo traumático: fatores que influenciam resultado funcional e análise epidemiológica de 966 pacientes tratados cirurgicamente
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: O Hematoma extradural agudo (HEDA) é o acúmulo de sangue no espaço epidural secundário à lesão traumática da artéria meníngea media, lesão de vasos venosos durais ou de veias diplóicas. Trata-se de entidade comum dentre os pacientes vítima de traumatismo cranioencefálico (TCE), tornando-se importante o conhecimento de suas características epidemiológicas.
Objetivo: Realizar um estudo epidemiológico dos pacientes submetidos à drenagem cirúrgica de HEDA em um período de 7 anos (2010–2016), procurando identificar fatores determinantes de prognóstico.
Métodos: Foram realizadas revisões de prontuários médicos e exames de imagem dos pacientes submetidos à drenagem cirúrgica de HEDA.
Resultados: Foram incluídos no estudo 966 pacientes. A maioria dos pacientes foi composta de homens. A média de de idade foi de 30,4 anos e a maioria dos pacientes na faixa etária entre 19 a 40 anos. O mecanismo de trauma mais frequente foi o acidente motociclístico. O escore de Glasgow médio à admissão foi de 11,4. Lesões intra-axiais associadas foram observadas em 14,6% dos pacientes. Ao todo, a maioria dos pacientes evoluíram de modo satisfatório (Glasgow Outcome Scale – GOS – 4 e 5) e uma mortalidade de 11,9% foi observada. A GOS média foi de 4,32. Foram fatores determinantes de mau prognóstico com significância estatística: apresentação em coma, ocorrência de lesões intracranianas associadas (especialmente contusões e hematomas subdurais agudos), localização temporal do HEDA e a presença de anormalidades pupilares. Lesões extracranianas associadas não foram associadas a um pior prognóstico.
Conclusões: Em nosso estudo, a maioria dos pacientes apresentou recuperação satisfatória. Lesões intra-axiais associadas pioram o prognóstico dos pacientes, bem como localização temporal do hematoma e anormalidades pupilares, comumente associadas a herniação de úncus e compressão de tronco cerebral. Vale salientar que acidentes motociclísticos foram a causa do HEDA na maioria dos casos e melhorar as políticas de saúde, educação e fiscalização neste sentido é fundamental.