CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673002
E-Poster – Pediatrics
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Distração osteogênica em craniossinostoses sindrômicas: análise biomecânica de protótipo externo rígido

Ricardo Santos de Oliveira
1   Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
,
Marcelo Volpon Santos
1   Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
,
Paulo Barrero Marques Neto
1   Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: As facecraniossinostoses sindrômicas permanecem um desafio na cirurgia craniomaxilofacial. A distração osteogênica, através do distrator rígido é o tratamento de escolha, permitindo uma maior mobilidade do complexo craniofacial com estabilidade e redução das complicações.

Objetivo: Avaliar a utilização da distração osteogênica, através do avanço frontofacial, em uma única instituição e propor, através da análise biomecânica um novo distrator externo rígido.

Método: Análise retrospectiva de 28 pacientes submetidos ao avanço fronto-facial, operados no período de 2003–2017. Todos os pacientes foram operados na mesma instituição e seguiram o mesmo protocolo de ativação do sistema de distração craniofacial. O período médio de latência, antes da ativação do distrator rígido foi de 5 dias. O período de ativação variou entre 7–15 dias e o período de consolidação entre 8 e 12 semanas. Todos os pacientes apresentaram exorbitismo, 23/28 (77%) sinais de hipertensão intracraniana crônica (HIC) e 26 casos (81%) apresentavam sinais de obstrução respiratória. Tomografia de cranio e face foi utilizada para análise do grau de consolidação óssea.

Resultados: A idade média foi de 11,4 anos (variando entre 6 meses e 11 anos). O sexo masculino foi predominante em 16 casos (57,8%) e o sexo feminino em 12 (42,9%). A síndrome genética de Crouzon foi observada em 14 (50%), Apert em 10 (35,8%) e Pfeiffer em 4 (14,2 %). O distrator externo foi utilizado em 15 (53,5%) e o interno em 13 casos (46,5%). A cirurgia tipo monobloco (avanço fronto-facial) foi realizada em 21 (75%) e a osteotomia tipo LeFort III em 7 casos (25%). Dezenove pacientes tinham sido operados previamente (avanço fronto-orbitário). Em 9 casos, a cirurgia de avanço fronto-facial foi a única realizada. Foi obtido um avanço no terço médio de 16,4 mm (variando entre 7 e 22 mm). O exorbitismo foi corrigido satisfatoriamente (p < 0,05), redução na dificuldade respiratória (p < 0,02) e melhora dos sinais HIC. Fistula liquórica foi a complicação mais frequente em 26,5% casos.

Conclusão: O tratamento cirúrgico, através de distração osteogênica foi um método eficiente e seguro para corrigir deformidades craniofaciais complexas em crianças com facecraniossinostoses. A introdução dos distratores rígidos possibilitou uma maior precisão nos vetores de ativação craniomaxilofaciais.