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DOI: 10.1055/s-0038-1672974
Análise retrospectiva de 68 pacientes com meningomielocele rota toraco-lombo-sacra operados em serviço de neurocirurgia
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: A meningomielocele faz parte do espectro dos disrrafismos e ainda é frequente em nosso meio. Trata-se de uma condição que incorre em vários riscos ao paciente. Quando rota aumenta a chance de desenvolver quadro de infecção grave, necessitando de pronto tratamento cirúrgico e uso de antibióticos profiláticos. As complicações da doença e associação com hidrocefalia não são desprezíveis e trazem grande prejuízo à qualidade de vida do paciente. O grau de sequelas e necessidade de múltiplas internações também é observado frequentemente neste grupo de pacientes, gerando grandes custos e demandas multidisciplinares nos cuidados.
Objetivo: Nosso objetivo é identificar os pacientes operados no serviço nos últimos 9 anos, quanto a características epidemiológicas, associação com hidrocefalia, complicações observadas e suas sequelas.
Método: Realizamos um levantamento de dados com análise retrospectiva de dados constantes nos prontuários eletrônicos, assim como ligações telefônicas para complementar registros em alguns casos.
Resultados: Foram cadastrados um total de 68 pacientes operados no serviço no período estudado, todos com diagnóstico clínico de meningomielocele rota. Desses, 45 (61%) eram do sexo masculino e 28 (39%) do sexo feminino, com idade gestacional média de 38,3 semanas. A correção da falha foi realizada prontamente, com intervalo médio de 2,5 dias após o nascimento. Com relação a amostra total de pacientes, 43 (63%) apresentaram hidrocefalia e necessitaram de derivação ventriculoperitonial (DVP), sendo realizada em média 12 dias após o nascimento, destes, foram registrados 2 casos de infecção de ferida operatória, 3 casos de fístula liquórica, 1 caso de deiscência de ferida e 1 caso de isquemia cutânea. Em 12 (27%) casos foram necessários pelo menos uma revisão de DVP no seguimento. Da amostra, 23 (33%) casos ficaram sem déficits neurológicos, com marcha preservada e 43 (63%) pacientes com algum grau de incontinência urinária. A duração média da primeira internação foi de 24 dias e no seguimento, a média de internações foi de 3 por paciente.
Conclusão: Os dados revelam que a maioria dos casos (63%) necessitaram de DVP, com um número não desprezível de revisões e reinternações, que corrobora com os achados da literatura. Prematuridade não foi um fator importante na amostra. A maioria permaneceu com algum grau de incontinência urinária e somente 33% conseguiram deambular sem apoio.