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DOI: 10.1055/s-0038-1672967
Relato da experiência do uso de neuronavegação e tractografia nas cirurgias pediátricas
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: Atualmente, há um grande avanço na neurorradiologia. Uma das modalidades que desperta grande interesse é a Tractografia. Esta é uma técnica que permite identificação tridimensional do percurso das fibras e da organização parenquimatosa cerebral, utilizando imagens que medem a tensão da difusão, isto é, a movimentação de fluidos no cérebro. Uma aplicação importante da Tractografia é na avaliação pré-operatória do paciente, na fase de planejamento cirúrgico, pois permite mapear a área da intervenção cirúrgica.
Objetivo: O objetivo deste trabalho consiste em um relato de experiência expressivamente positiva acerca da utilização na prática cirúrgica da Tractografia em associação com a Neuronavegação em uma série de casos oncológicos em neurocirurgia pediátrica.
Método: Este estudo demonstra a experiência de um neurocirurgião na aplicação da tractografia como método de planejamento pré-operatório em uma casuística de 10 casos incluindo gliomas, macroadenoma, cisto da bolsa de Rathke, tumor DNET, biópsia de tumor talâmico e hidrocefalia multiloculada. É bem estabelecido na prática neurocirúrgica que a avaliação radiológica de neoplasias parenquimatosas, sua localização e anatomia geralmente são vistas em exames de imagens habituais tais como Ressonância Magnética ou Tomografia de alta resolução. A tractografia surge para o neurocirurgião-assistente como uma ferramenta que potencializa a sua compreensão anatômica da neoplasia e sua correlação visual com a rede de fibras nervosas subcorticais em qualquer situação que estas estejam, sejam deslocadas, edemaciadas, destruídas ou inalteradas.
Resultados: Na experiência exposta, o neuronavegador e a tractografia se apresentaram como ferramentas de inegável valor ao neurocirurgião, cuja segurança na ressecção oncológica é incrementada e em biópsias de tumores próximos a tractos de importância motora, sensitiva e/ou visceral.
Conclusão: Tal como ocorreu com a nossa casuística, o neurocirurgião munido das informações digitais provindas da tractografia e da neuronavegação, consegue planejar melhor sua cirurgia, enxergando os reais limites da lesão, sua proximidade dos principais tractos, além de potencializar ressecções oncológicas e minimizar danos anatomoclínicos ao paciente. A tractografia descortina novos cenários na neurocirurgia e neurorradiologia e cada vez mais surgirão estudos de grande porte e expressividade estatística demonstrando seus benefícios na abordagem neurocirúrgica minimamente invasiva.