Subscribe to RSS
DOI: 10.1055/s-0038-1672953
Estratégias na abordagem dos tumores intracranianos gigantes nas crianças. Quando a ressecção em estágios é a melhor opção?
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: A abordagem dos tumores intracranianos gigantes nas crianças (TIGC) é um desafio para o neurocirurgião pediátrico devido à sua complexidade e à maior fragilidade dos pacientes. Entre as diversas abordagens estão a ressecção radical em partes ou em monobloco, a subtotal, a descompressão tumoral, biópsia e uso de tecnologias, como a endoscopia ventricular, endoscopia assistida, neuronavegacão, aspiracão ultrassônica e a monitorização intraoperatória.
Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar as diferentes estratégias na abordagem dos TGIC e a viabilidade da ressecção em estágios na morbimortalidade.
Método: Foi realizado estudo prospectivo das crianças com tumores gigantes operadas entre janeiro de 2006 a dezembro de 2016. Excluiu-se desse estudo os pacientes maiores que 18 anos e aqueles que apresentavam tumores com extensão menor que 5 cm. Foram avaliados os aspectos epidemiológicos, a apresentação clínica, o tipo de resseccão classificadas como radical, subtotal ou biópsia, o número de ressecções, intervalo entre elas e a diferença do peso dos pacientes entre as intervenções. Foram consideradas as variáveis: duração da operação e a razão entre volume de hemotransfusão e o peso do paciente.
Resultados: No período estudado, foram realizadas 37 operações ressectivas em 20 crianças. 65% meninas. Média das idades de 3 anos e 11 meses. Sendo 6 (30%) infratentoriais e 14 (70%) supratentoriais. Dos quais, 4 eram intraventriculares, 7 no parênquima cerebral e 3 supraselares. A apresentação clínica mais frequente foi a cefaleia (20%). Os tipos histológicos operados foram: Carcinoma do plexo coroide (3), Tumor Teratoide Rabdoide (2), Ependimoblastoma (1), Meduloblastoma (3), Ependimoma Anaplásico (2), Hemangiossarcoma (1), Papiloma do plexo coroide (1), Ganglioglioma (2), Hemangiopericitoma (1), Prolactinoma (1), Craniofaringeoma (1), astrocitoma subependimário de células gigantes (1) e Astrocitoma Pilomixoide (1). O seguimento médio foi de 20 meses. A ressecção total foi obtida em 30% dos casos utilizando a estratégia 2 a 4 estágios operatórios.
Conclusão: A técnica em estágios para abordar os tumores intracranianos gigantes nas crianças mostrou-se como estratégia eficaz nos casos de histologia benigna. Nos tipos mais agressivos, a cirurgia mostrou-se limitada na ressecção e no prognóstico.