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DOI: 10.1055/s-0038-1672937
Abordagem cirúrgica da disjunção crânio-cervical em paciente pediátrico utilizando a 12a costela: relato de caso
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação do caso: Trata-se de paciente de 9 anos, vítima de acidente motociclístico, no banco traseiro da motocicleta, cujo condutor foi a óbito. Foi encontrado em Glasgow 6 na cena e admitido em um grande centro de trauma em Minas Gerais intubado e sedado. Foi submetido à redução da sedação, apresentando despertar efetivo. Posteriormente foi realizada extubação. Ao exame paciente apresentava-se alerta, com tetraparesia, desvio da língua e da úlvula. Devido à falência respiratória, foi necessária nova intubação orotraqueal. Realizou tomografia de crânio que evidenciou hemorragia subaracnoidea difusa na fossa posterior e canal raquidiano, principalmente à direita e na fossa interpenduncular. Já na tomografia cervical, foi diagnosticada disjunção crânio cervical tipo I. O paciente foi então encaminhado ao CTI pediátrico. Após estabilização hemodinâmica o paciente foi encaminhado ao bloco cirúrgico para fixação occipitocervical. O procedimento foi realizado sob neuromonitorização. Foi utilizado enxerto autólogo na fixação, com a 12a costela, além de miniplacas de titânio. Evoluiu no pós-operatório com fístula liquórica, meningite e posterior hidrocefalia com necessidade de Derivação ventrículo-peritoneal. Recebeu alta estável, pouco comunicativo, sem deambular sozinho. Após 6 meses de pós-operatório o paciente retornou deambulando com apoio, presentando marcha atáxica, alerta e comunicativo. Nova tomografia cervical evidenciou redução total da luxação.
Discussão: A disjunção craniocervical é uma condição grave, rara, com taxas elevadas de óbito na cena, sendo mais comum na população pediátrica. As costelas são uma ferramenta importante na pediatria devido à maleabilidade, que permite um contorno preciso na junção craniocervical.
Considerações finais: O uso da costela é uma ótima opção para a população pediátrica. O osso cartilaginoso na criança, mais maleável, geralmente não suporta a carga de tração do instrumental cirúrgico, além do pouco espaço para o volume dos implantes e a limitação pelo crescimento.