CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672607
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Dor lombar crônica: aspectos facilitadores e dificultadores para adesão ao tratamento

Velaini Maria Fabbri Romeo
1   Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto
,
José Luiz Romeo Boullosa
2   Centro Integrado de Neurocirurgia
,
Vinícius Marques Carneiro
2   Centro Integrado de Neurocirurgia
› Author Affiliations
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A dor lombar crônica (DLC) é uma queixa frequente nos serviços de saúde, sendo uma importante causa de afastamento do trabalho e compromete a qualidade de vida dos pacientes.

Objetivo: Identificar aspectos facilitadores e dificultadores para adesão ao tratamento da DLC.

Método: Entrevista semiestruturada que abordou a compreensão dos pacientes quanto ao diagnóstico, tratamento e uma pergunta aberta para expressarem a percepção sobre a DLC em seu cotidiano.

Análise dos dados: análise de conteúdo.

Sujeitos do estudo: pacientes que procuraram atendimento em uma clínica de neurocirurgia com patologias da coluna vertebral, no período de 6 meses no ano de 2017.

Critérios de inclusão: diagnóstico clínico de DLC específica e inespecífica há pelo menos 6 meses. Total de 21 participantes. O estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP, CAAE: 63137816.0.0000.5393.

Resultados: Quanto ao diagnóstico não foram evidenciadas dúvidas: “o que eu tenho, é crônico, antigo, crônico e é isso daí!”. Quanto ao tratamento, o uso de medicação prevaleceu entre os entrevistados, porém apareceram outras alternativas: repouso, fisioterapia, pilates, bloqueio lombar, cirurgia e práticas integrativas. Como fatores facilitadores, identificamos: “a fisioterapia ajudou direitinho e o pilates ajudou bastante”. O repouso também melhora: “o tratamento é o repouso que a gente fica em repouso”. O cuidado e conhecimento do próprio corpo: “no tempo que estamos com a dor, temos que aprender que se faço menos atividade doméstica, dói menos”. O enfrentamento também determina a adesão ao tratamento: “porque as pessoas acham que o médico vai resolver a vida delas, o dr. ia me ajudar [...] a parte dele, aí teria a minha parte”. Como fatores dificultadores identificamos: O isolamento social “é porque eu não posso sair de casa, não posso ir em uma festa”. Várias foram as reflexões que nos levaram a valorizar o quanto a área do pensamento está relacionada no processo da dor, “é a dor que deprime, que joga num canto, é dor todo dia”. Quanto ao custo do tratamento: “o custo, porque pelo convênio eu não pago no ato, mas como eu fiquei afastado, descontaram tudo de uma vez”.

Conclusão: Concluímos que é importante fortalecer o vínculo do paciente com a equipe de saúde, facilitar a escuta e promover a integralidade do cuidado.