CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672602
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Avaliação da incidência de descompressão cirúrgica inadequada nos pacientes com mielopatia ou radiculopatia cervical em um hospital terciário de Porto Alegre (RS)

Thiago Hoesker
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Álvaro Ernani Georg
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Apio Cláudio Martins Antunes
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Eduardo Brescancin Vieira
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Lúcio Brandão Gomes
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Leonardo Dezordi
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Lucas Danielli
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Jorge Wladimir Junqueira Bizzi
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
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Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Objetivos: Os autores revisaram retrospectivamente os casos de mielopatia espondilótica cervical ou doença degenerativa crônica cervical sem mielopatia tratados cirurgicamente para estudar a incidência de descompressão cirúrgica inadequada e a necessidade de reoperação.

Métodos: Foram revisados, por meio de revisão de prontuário eletrônico, todos os pacientes operados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre – RS, após uma primeira descompressão cirúrgica devido à mielopatia espondilótica cervical ou à doença degenerativa crônica cervical sem mielopatia entre abril de 2014 e janeiro de 2018. A descompressão cirúrgica inadequada foi definida como o declínio neurológico a partir da data da cirurgia, sendo a data limite o seguimento do paciente (1 a 48 meses) e, nos casos de mielopatia, a manutenção da compressão da medula espinhal na ressonância magnética pós-operatória, definida como < 1 mm de alteração na dimensão anteroposterior do canal se comparado a ressonância magnética pré-operatória. Ambos os critérios, se preenchidos, levaram à necessidade de reoperação.

Resultados: Dos 56 pacientes submetidos à descompressão cirúrgica, 38 realizaram a ressonância magnética pós-operatória. Destes, 9 pacientes não apresentaram descompressão radiológica, sendo definida como descompressão inadequada. Seis pacientes foram submetidos à nova descompressão cirúrgica devido ao declínio neurológico. Quatro pacientes apresentaram piora neurológica no pós-operatório imediato, 1 paciente após 18 meses e 1 paciente após 33 meses de pós-operatório. Os 4 pacientes com piora neurológica no pós-operatório imediato foram submetidos a abordagens posteriores, e os 2 pacientes com piora tardia foram submetidos a abordagens anteriores. Três pacientes optaram por não realizar nova cirurgia e mantiveram seguimento clínico. A taxa de descompressão cirúrgica inadequada por via anterior foi de 20,4%. Nenhum dos 12 pacientes submetidos a abordagens posteriores apresentou piora neurorradiológica no período de seguimento.

Conclusões: A incidência de descompressão cirúrgica inadequada foi maior que a esperada nesta revisão e diretamente associada as abordagens por via anterior. Não houve casos de descompressão cirúrgica inadequada nas abordagens posteriores. Sugerimos, conforme a literatura, a realização de ressonância magnética pós-operatória a fim de dar seguimento adequado e detecção precoce da descompressão cirúrgica inadequada, especialmente nas abordagens por via anterior.