CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672587
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Uso da estimulação medular por eletrodo epidural no tratamento da síndrome pós-laminectomia devido à artrodese toracolombossacral: retrospectiva de série de casos

Rogério Aires
1   Departamento de Neurocirurgia do Hospital Bandeirantes de São Paulo
,
Bruno Camporeze
2   Curso de Medicina da Universidade São Francisco, Bragança Paulista
,
Mariany Carolina de Melo Silva
2   Curso de Medicina da Universidade São Francisco, Bragança Paulista
,
Renata Faria Simm
3   Departamento de Neurologia do Hospital Santa Paula, São Paulo
,
Luis Roberto Mathias Junior
3   Departamento de Neurologia do Hospital Santa Paula, São Paulo
,
Nevair Gallani
3   Departamento de Neurologia do Hospital Santa Paula, São Paulo
,
Paulo Henrique Pires de Aguiar
3   Departamento de Neurologia do Hospital Santa Paula, São Paulo
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A estimulação da medula espinhal é uma abordagem cirúrgica reversível, ajustável e não destrutiva, que visa ao controle de síndromes dolorosas prejudiciais através da estimulação elétrica espinhal pelo eletrodo epidural apontado no corno posterior da medula espinhal.

Objetivo: Avaliar os riscos, complicações e resultados da estimulação medular no manejo da dor neuropática desencadeada por síndrome pós-laminectomia.

Casuística/Métodos: Pesquisa documental retrospectiva baseada em dados do prontuário de 70 pacientes afetados por dor neuropática crônica refratária à terapia analgésica convencional e submetidos ao implante de eletrodo epidural, além da consulta bibliográfica utilizando bancos de dados indexados.

Resultados: A amostra deste estudo foi composta por 36 homens e 34 mulheres, cuja média de idade foi 47,9 anos. Após avaliação clínica e exames complementares, evidenciou-se localização da dor entre os segmentos L4 e S1 de todos os pacientes, sendo esta com irradiação para membros inferiores bilateralmente em 14,2% (n = 10) dos casos. A abordagem cirúrgica foi realizada por implante percutâneo do eletrodo em 61,4% (n = 43) dos casos e 38,6% (n = 27) dos casos realizado por cirurgia convencional. Os resultados de analgesia encontrados durante o período de acompanhamento foram satisfatórios, evidenciando significativa redução na pontuação média da END (p < 0,002) quando comparados à internação e 15 dias após o procedimento, 8,8 ± 0,9 e 3,8 ± 1,8 pontos, respectivamente. Além disso, durante acompanhamento ambulatorial, evidenciou-se maior significância (p = 0,0008) na redução da pontuação END que culminou no sexto mês de pós-operatório média de pontuação 2,5 + 2,0. Evidenciou-se como complicações deste procedimento, a presença de migração do eletrodo (7,1%, n = 5), infecção (7,1%, n = 5), fistula liquórica (1,4%, n = 1) e quebra de eletrodo (1,4%, n = 1).

Conclusão: A estimulação medular é um procedimento inicial e controverso na literatura, contudo, a avaliação substancial de seus resultados neste estudo sugere esta terapêutica como eficaz no manejo de em pacientes com sindrome pós-laminetctomia refratária ao tratamento clínico.