CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672585
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Hematoma epidural espinhal espontâneo cervical com apresentação atípica

Othávio Gomes Lopes
1   HFAG
,
Gustavo Pina dos Santos
1   HFAG
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Alick Durão Moreira
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Rafael Pereira Vaitsman
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Gustavo Augusto Porto Sereno Cabral
1   HFAG
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João Klescoski Júnior
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Rafael do Rego Barros Bittencourt Cinha
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Jorge Luiz Amorim Corrêa
1   HFAG
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Orlando Teixeira Maia Junior
1   HFAG
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Danilo Talacimon Barbosa
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Luisa Borges de Souza
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,
Rodrigo Sodre Calheiros da Silva
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› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Hematoma epidural espinal espontâneo é uma entidade rara, definida como uma coleção espontânea de sangue no espaço epidural espinal. Apesar da baixa incidência, sua importância reside no fato de ser uma emergência neurocirúrgica, com potencial de morbidade e mortalidade altos, especialmente se não for reconhecida de forma precoce. Usualmente ocorre nas regiões cervicais e torácicas, apresentando sintomas decorrentes de compressão medular. Sua apresentação clínica clássica é o surgimento de cervico-dorsalgia súbitas, progredindo com tetraparesia/paraparesia, além de nível sensitivo, alterações esfincterianas e piramidalismo em membros inferiores. Apresentações clínicas atípicas incluem precordialgia, dor nos flancos, monoparesia e hemiparesia, podendo mimetizar quadros de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico isquêmico. Apesar de incerta, sua etiologia está relacionada com coagulopatia, malformação vascular, neoplasias, infecções, abuso de cocaína, traumas pequenos e idiopática. O diagnóstico precoce exige alta suspeição clínica e realização imediata de exame de imagem por meio de ressonância nuclear magnética. O tratamento frequentemente é cirúrgico, e os maiores preditores de recuperação funcional são o tipo e grau do déficit neurológico de apresentação, e o tempo decorrido até a cirurgia. Nós relatamos o caso de um homem de 40 anos, sem comorbidades prévias, sem história de traumas ou cirurgias, que apresentou quadro súbito de cervicobraquialgia à direita, progredindo com parestesia sem território radicular específico e paresia no mesmo membro, com força grau 3 à flexão de antebraço sobre braço e a abdução do ombro. Durante investigação inicial realizou RNM de coluna cervical onde foi evidenciada lesão expansiva intrarraquiana, epidural à direita, nos níveis de C4–C5, correspondendo à hematoma epidural espinal espontâneo na região cervical. Complementou investigação através de arteriografia dos vasos cervicais, sem evidência de malformações vasculares ou demais condições que justifiquem tal sangramento. Apresentou melhora progressiva dos déficits neurológicos, apresentando recuperação completa no momento da alta hospitalar. Submetido à nova RNM de coluna cervical de controle, que evidenciou reabsorção do hematoma.