Traumatismo raquimedular cervical alto: perfil epidemiológico

Introdução: O Traumatismo Raquimedular (TRM) cervical é responsável por importantes causas de morbidade e mortalidade na população, sobretudo em pacientes jovens, trazendo significativos prejuízos sociais e econômicos. E neste sentido, as lesões que acometem a coluna cervical alta compreendem grande parcela destes pacientes.

Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes com Traumatismo Raquimedular (TRM) Cervical Alto.

Métodos: Estudo retrospectivo realizado entre 2014 e 2018. Os dados foram coletados através dos registros dos prontuários, exames de imagem e consultas ambulatoriais dos pacientes admitidos com fratura cervical alta, incluindo os seguintes fatores: idade, sexo, profissão, procedência, mecanismo do trauma, Frankel da admissão, classificação da fratura e tratamento.

Resultados: O estudo incluiu um total de 59 pacientes, com predomínio do sexo masculino (86,44%). A média de idade foi de 37 anos. 55,9% (33) dos pacientes eram provenientes do interior do estado de Pernambuco. Vinte (33,9%) pacientes sofreram lesão por acidente de motocicleta. Quarenta e nove (83%) pacientes, na admissão, apresentaram Frankel E. Pacientes com lesão exclusiva de C1 corresponderam a 10% dos casos e de C2, 77,9%, sendo que 58,6% sofreram fratura do processo odontoide tipo II. O tratamento com artrodese foi realizado em 26 pacientes.

Conclusão: A maioria dos pacientes atendidos com TRM cervical alto foi do sexo masculino em idade economicamente ativa. O mecanismo da lesão predominante foi acidente de motocicleta, seguido por carro, não havendo déficit neurológico na maioria dos pacientes.