CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672536
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Fraturas da coluna vertebral toracolombar secundárias a trauma em transporte público

Rogério Martins Pires de Amorim
1   Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
,
Francisco José Lourenço Torrão Junior
1   Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
,
Hebert Spener Junqueira
1   Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
,
Carlos Alberto Moreira
1   Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
,
Vinícius Gregório Reis
1   Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
,
Maristella Reis da Costa Pereira
1   Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
,
José Fernando Guedes Corrêa
1   Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Fraturas da coluna toracolombar (CTL) são as lesões traumáticas mais comuns da coluna vertebral. A frota de ônibus na cidade do Rio de Janeiro (RJ) é composta por 8.062 ônibus urbanos, e, de acordo com estudos recentes, 40% dos ônibus apresentam condições inadequadas de segurança aos usuários. Cidadãos podem ser vítimas de trauma na CTL pelo deslocamento vertical no assento de coletivos urbanos enquanto percorrem o trajeto em vias públicas em situação precária de conservação e em alta velocidade, passando por asfalto desgastado, buracos, bueiros abertos e quebra-molas, na ausência de sinalização e medidas de segurança adequadas.

Objetivo: Estudar características próprias do trauma da CTL devido ao deslocamento vertical em pacientes que viajavam sentados em ônibus no Rio de Janeiro.

Métodos: Este é um estudo retrospectivo de dez pacientes com fraturas da CTL durante transporte em coletivos urbanos, que foram avaliados na divisão de neurocirurgia, no período de 2010 a 2017. Foi feita a revisão dos prontuários, avaliando-se exame clínico e de imagem, além do tratamento cirúrgico quando indicado.

Resultados: Dos 10 pacientes, 7 são do sexo feminino e 3 do sexo masculino. Dor foi o sintoma de todos os pacientes avaliada pela escala VAS e nenhum deles apresentava déficit sensitivo ou motor. Seis pacientes apresentavam colapso do corpo vertebral superior a 50% e fratura localizada na zona de transição toracolombar, sendo, portanto, fraturas instáveis, sendo indicado tratamento cirúrgico através de artrodese transpedicular via posterior com descompressão radiculomedular. Quatro pacientes apresentaram colapso vertebral inferior a 50%, sendo consideradas fraturas estáveis e foram tratados conservadoramente com analgesia, órtese (colete de Putti baixo) e repouso relativo por período de 3 meses.

Conclusão: Na série clínica apresentada, obtivemos resultados satisfatória quanto à dor, tanto nos casos cirúrgicos quanto nos pacientes tratados conservadoramente. Descrevemos uma causa de fratura em compressão da CTL pouco abordada na literatura neurocirúrgica, na qual cerca de 60% dos casos necessitarão de tratamento cirúrgico, constando de descompressão medular e artrodese, com resultado satisfatório. O tratamento mais eficaz é a prevenção com medidas públicas efetivas para a manutenção dos coletivos públicos, estradas e vias, educação continuada de motoristas e introdução do uso obrigatório do cinto de segurança para passageiros que viajam sentados.