CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672533
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Subependimoma intramedular em coluna torácica: relato de caso

Fernanda Menezes Santaiana
1   Unifenas, Alfenas
,
Guilherme Luiz Grossi Heleno
2   Hospital Universitário Alzira Velano
,
Diogo Trevisan Silveira
3   Hospital Universitário de Santa Maria
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Paciente do sexo feminino, 53 anos, diabética e hipertensa, compareceu ao centro de neurocirurgia com queixa de hipoestesia e monoparesia em MI esquerda com evolução progressiva de 3 anos, associada a quadros de incontinência urinária. Relata que os sintomas eram esporádicos e que, gradualmente, foram aumentando, passando a serem mais frequentes, mais graves e com maior duração. Negou dor e sensação de mudança de temperatura no membro afetado e, além disso, relatou não ter apresentado estado febril. Ao exame físico apresentava hipoestesia em nível sensitivo de T12; reflexo plantar de Babinski positivo à esquerda; hiperreflexia do reflexo Patelar à esquerda e reflexo Aquilleu sem alteração; apresentava déficit de força em membro inferior esquerdo (4/5); Laség negativo; Mingazzini positivo. Ao exame de imagem, a ressonância magnética mostrou lesão intramedular infiltrativa expansiva, estendendo-se por cerca de 7,6 cm no segmento de T6–T9; com hipersinal T2 e discretas áreas de realce heterogêneo pelo meio de contraste paramagnético. Após discussão com a paciente, foi decidido descompressão medular através da Laminectomia para ressecção do tumor e para a melhora do déficit neurológico.

Discussão: A Laminectomia feita na paciente foi no nível de T5–T10 com ressecção microscópica subtotal da lesão. Devido às alterações nos potenciais evocados, não foi possível a resseção completa do tumor. Durante o pós-operatório, paciente evoluiu sem complicações e sem novos déficits mantendo o quadro clínico inalterado, sendo encaminhada posteriormente para terapia complementar. Aos achados histológicos demonstrou um subependimoma (WHO GRAU I) com arquitetura vagamente lobular, hipocelular, com clusters de células de núcleos brandos, distribuídas em um background fibrilar, ausência de necrose e atividade mitótica. Subependimomas são tumores benignos raros do sistema nervoso central, sendo encontrados, principalmente, no quarto ventrículo e ventrículos laterais. A localização intramedular espinhal é muita rara e quando ocorre geralmente acomete a medula cervical. São tumores com sintomatologia clínica, geralmente, silenciosa.

Comentários finais: Subependimomas intramedulares na região torácica são tumores extremamente raros que podem apresentar sintomas clínicos progressivos e disfunção neurólogica. A ressecção do tumor é uma forma de tratamento para retardar ou interromper a piora neurológica e melhorar a função motora e sensitiva.