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DOI: 10.1055/s-0038-1672523
Paraganglioma parassimpático metastático em coluna vertebral: relato de caso
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação de caso: Paciente do sexo masculino, 55 anos, chega ao serviço de referência neurocirúrgica do Estado com quadro de dor na coluna torácica, progressiva, associada à perda de peso e diminuição da força dos membros inferiores. Ao exame, apresentou paraparesia assimétrica grau III à direita e grau II à esquerda e nível sensitivo em T4. A Ressonância Magnética (RM) evidenciou lesão expansiva acometendo corpo, pedículo e processo espinhoso de T3, com compressão medular. Posteriormente, foi submetido à microcirurgia para tumor de coluna, sem instrumentação, pela ausência de sinais de instabilidade. Ao exame histopatológico, tecido ósseo com proliferação epitelioide atípica; soma-se a esse dado a um laudo prévio (há 8 anos), que diagnosticou paraganglioma (PG) parassimpático em seio carotídeo. Com os achados imuno-histoquímicos, S100 Positivo e AE1/AE3, DE-R-11, LCA e CD31 negativos, estabeleceu-se o diagnóstico de PG em coluna torácica. Paciente evoluiu com melhora da paraparesia, conseguindo deambular sem apoio.
Discussão: O PG é um tumor raro, com incidência entre 2–8 casos por milhão por ano, que se origina de resquícios dos agrupamentos de células neuroendócrinas da crista neural. O local mais comum em que tais células da paraganglia desenvolvem o potencial carcinogênico é a adrenal, porém dois sítios “extra-adrenais” encontrados são a região paravertebral e a região dos grandes vasos do pescoço, sendo 70% dos casos situados nos grandes vasos. Dez a vinte por cento dos tumores na região podem desenvolver metástases, porém a coluna vertebral como alvo é pouco descrita na literatura. A neoplasia cresce de forma assintomática até que, entre a 5a ou 6a década de vida, os sintomas aparecem devido à compressão medular e destruição óssea. A RM é a modalidade de imagem superior no diagnóstico, entretanto, não é capaz de diferenciar o PG metastático de outras doenças malignas da coluna, tornando a análise patológica necessária. Diagnóstico precoce é fundamental para ressecção imediata do tumor. Estudos relatam que a radioterapia adjuvante aumenta a taxa de confinamento local tumoral quanto ao tempo de doença.
Comentários finais: O caso relata evolução rara de PG de seio carotídeo para coluna vertebral após 8 anos de diagnóstico e ressecção do PG primário, conferindo futura abordagem diagnóstica e terapêutica com acompanhamento a longo prazo, visto que a evolução metastática pode ocorrer após longo período do diagnóstico primário.