CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672516
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Ossificação do ligamento longitudinal posterior cervical: relato de caso e revisão das abordagens cirúrgicas

Catarine Ottobeli
1   Hospital de Neurologia Santa Mônica
,
Rherold Santana
1   Hospital de Neurologia Santa Mônica
,
Joubert Borges de Almeida Junior
1   Hospital de Neurologia Santa Mônica
,
Pedro Henrique Essado Maya
1   Hospital de Neurologia Santa Mônica
,
Matheus Torres Dutra Maia da Costa
1   Hospital de Neurologia Santa Mônica
,
Reuber Le Senechal Braga
1   Hospital de Neurologia Santa Mônica
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Paciente do sexo masculino, 57 anos, caucasiano, com diminuição de força e hipoestesia em antebraço direito há 1 ano. Apresentava também relato de parestesias ocasionais em membro superior esquerdo e membros inferiores. Tomografia Computadorizada (TC) Cervical revelou calcificação do ligamento longitudinal posterior do tipo mista nos níveis C3 a C7. Ressonância Magnética (RM) de Coluna Cervical demonstrou complexos disco-osteofitários de C2 a C7 comprimindo a face ventral da medula espinhal. Foi optada por abordagem combinada, com artrodese cervical por via posterior com instrumentação e laminectomia nos níveis C3 a C6. No 5° pós-operatório, foi operado por via anterior com exérese de osteófitos vertebrais, disco vertebral e ligamento longitudinal posterior calcificado nos níveis C3 a C7 com colocação de 4 cages com travas. Quando avaliado pela escala da Japanese Orthopaedic Association para mielopatia no pré-operatório pontuava 14 pontos, e no pós-operatório imediato da segunda abordagem houve melhora importante, pontuando 17 pontos.

Discussão: O tratamento definitivo da OLLP cervical é a descompressão cirúrgica e existem várias abordagens possíveis: a via posterior inclui a laminectomia, laminoplastia, e laminectomia com fusão; há ainda a via anterior e a abordagem combinada. A laminectomia consiste na intervenção com menor tempo cirúrgico e perda sanguínea, porém traz como desvantagens o risco de progressão da doença, risco de cifotização e instabilidade espinhal, bem como é inefetiva em casos avançados da doença. O emprego da laminoplastia ou da laminectomia com fusão diminui o risco pós-operatório de deformidades cervicais, porém traz as mesmas desvantagens de progressão e de descompressão limitada. Já a abordagem por via anterior é a que possibilita maior descompressão, mas apresenta maior dificuldade técnica e maior taxa de complicações. No caso exposto foi realizada uma abordagem diferente da convencional que utiliza placas em casos de doença em múltiplos níveis operadas pela via anterior. Porém, a fixação posterior previne deformidades tardias e possibilita a utilização de cages sem placas.

Comentários finais: Ainda há controvérsias quanto ao manejo cirúrgico da OLLP, sendo que cada abordagem tem suas próprias vantagens e limitações. A escolha cirúrgica deve ser feita caso a caso, dependendo da condição clínica do paciente, grau e tipo da patologia, bem como da experiência do cirurgião.