CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672504
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Complicações após osteotomia das 3-colunas para o tratamento de cifose pós-traumática tardia da coluna toracolombar: série de casos

Alécio Cristino Evangelista Santos Barcelos
1   Hospital Estadual de Emergência e Trauma
,
Lucas Pereira Reichert
2   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
Thaise Hellen Agra Teixeira
1   Hospital Estadual de Emergência e Trauma
,
Leonardo Ribeiro de Moraes Ferreira
2   Faculdade de Medicina Nova Esperança
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: As osteotomias das 3-colunas compreendem as osteotomias de subtração pedicular (Schwab 3 e 4) e as ressecções da coluna vertebral (Schwab 5 e 6) e permitem correções de deformidades cifóticas de ângulo curto como as decorrentes de cifose pós-traumática tardia (CPTT) da coluna toracolombar (TL). Entretanto, são procedimentos complexos que apresentam alto risco de complicações.

Objetivo: Avaliar parâmetros radiológicos de correção de CPTT após tratamento com osteotomias das 3-colunas e as complicações intra-operatórias e pós-operatórias, bem como discutir estratégias para redução dessas complicações.

Método: Trata-se de uma série de casos constituída por oito pacientes com diagnóstico de CPTT da coluna TL que foram submetidos à osteotomias das 3-colunas para correção da deformidade e estabilização espinhal que foi avaliada retrospectivamente. Foram avaliadas características dos pacientes, das lesões, das osteotomias, bem como parâmetros radiológicos e complicações intra-operatórias e pós-operatórias.

Resultados: Seis pacientes do sexo masculino e dois do feminino foram operados. A média da idade foi de 43,9 anos (+/− 14,3 anos). Foram realizadas 11 cirurgias para 8 pacientes. Apenas um paciente tinha déficit neurológico no pré-operatório (Escala de Incapacidade da ASIA D). Em sete casos, a osteotomia envolveu a transição TL (T11–L2), sendo 5 em L1. As osteotomias mais frequentes foram as de subtração pedicular (n = 5). O número de níveis fusionados foi maior que quatro em cinco casos. As cifoses pré-operatórias e pós-operatórias médias foram de 43,9° (+/− 14,3°) e 14,6° (+/− 13,9°), respectivamente. As principais complicações foram hemorragias maciças (maiores que 5 litros; 2 casos), fístula liquórica (1 caso), piora neurológica motora (2 casos). Destes, um paciente apresentou paresia crural proximal unilateral grau IV transitória e outro paresia à dorsiflexão do tornozelo grau II que evoluiu para grau IV após 6 meses. Todas as nove complicações ocorreram dentro das primeiras duas semanas após a cirurgia. Sete delas ocorreram após osteotomias Schwab 4, 5 e 6.

Conclusão: As osteotomias das 3-colunas apresentam riscos de complicações maiores para os casos mais complexos, principalmente cirurgia de coluna prévia e ressecções de coluna vertebral (Schwab 5 e 6). Portanto, a seleção adequada do paciente, o planejamento cirúrgico minucioso, os treinamentos das equipes cirúrgica e anestésica devem minimizar as complicações.