CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672405
E-Poster – Anatomy & Approaches
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Derivação ventriculoperitoneal: técnica cirúrgica no posicionamento do cateter peritoneal

Alexandros Theodoros Panagopoulos
1   Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
,
José Carlos Esteves Veiga
1   Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
,
Américo Rubens Leite dos Santos
1   Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

O procedimento neurocirúrgico mais comum para tratamento de hidrocefalia é a derivação ventriculoperitoneal, que consiste na inserção do cateter ventricular no ventrículo, interposição da válvula e colocação do cateter peritoneal na cavidade peritoneal. Vários fatores estão relacionados com a disfunção do sistema, sendo que o mais encontrado é o mau posicionamento do cateter ventricular, porém fatores como infecção e mau posicionamento do cateter peritoneal também contribuem para o aumento do número de revisões dos sistemas de derivação ventriculoperitoneal. O posicionamento do cateter ventricular guiado por sistemas de navegação diminuiu o número de reoperações. A colocação do cateter peritoneal é realizada por técnica de minilaparotomia, que por vezes, por características clínicas do paciente, traz dificuldades ao seu implante. Em vista disto, estamos propondo, como técnica cirúrgica, a colocação do cateter peritoneal através de técnica videolaparoscópica. Durante o período de janeiro de 2015 a abril de 2018, foram realizadas trinta derivações ventriculoperitoneais assistidas por videolaparoscopia na disciplina neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo, em coloboração com a disciplina cirurgia geral da Santa Casa de São Paulo. Os pacientes foram selecionados tendo como critério: pacientes que necessitaram ser reoperados por mau posicionamento do cateter peritoneal; pacientes com antecedente de cirurgias abdominais prévias, e aqueles pacientes com grande volume abdominal que são de difícil manipulação cirúrgica por minilaparotomia. Foram avaliados: tempo cirúrgico, volume de sangramento, taxa de infecção, necessidade de reoperação e complicações do procedimento videolaparoscópico. Durante a avaliação e o seguimento dos pacientes, não tivemos reoperações por mau funcionamento do cateter peritoneal e não houve complicações do procedimento videolaparoscópico. O tempo cirúrgico total foi em média de 1 hora e 30 minutos, e o volume de sangramento foi pequeno. Tivemos um caso de infecção de paciente com longa permanência hospitalar. Concluímos que a colocação do cateter peritoneal por videolaparoscopia é uma técnica cirúrgica segura, eficaz e que contribui para diminuir o número de reoperações nas cirurgias de derivação ventriculoperitoneal.