CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2013; 32(03): 186-190
DOI: 10.1055/s-0038-1626011
Artigos Originais
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Terapia endovascular no vasoespasmo cerebral secundário à hemorragia subaracnóidea

Endovascular therapy for the cerebral vasospasm after subarachnoid hemorrhage
Saulo Araújo Teixeira
,
Eberval Gadelha Figueiredo
,
Jose Guilherme Mendes Pereira Caldas
,
Daniella Brito Rodrigues
,
Maria Luana Carvalho Viegas
,
Manoel Jacobsen Teixeira
Further Information

Publication History

Publication Date:
11 January 2018 (online)

Resumo

O vasoespasmo cerebral é uma complicação relativamente frequente após episódios de hemorragia subaracnóidea de etiologia aneurismática. É responsável pela mortalidade de aproximadamente 30% dos pacientes e por sequelas neurológicas em 50% dos sobreviventes. Revisão de literatura realizada em julho de 2012. Foram pesquisadas as bases de dados PubMed e BVS e selecionados 37 artigos em português e inglês. A terapia do triplo H, largamente utilizada, diminui complicações isquêmicas, mas pode piorar comorbidades. A nimodipina ainda é a única droga que melhora comprovadamente o prognóstico do paciente. O tratamento endovascular pode ser baseado em angioplastia por balão, que dilata mecanicamente os vasos estreitados, ou em administração intra-arterial de agentes vasodilatadores, como a papaverina. Angioplastia profilática em determinados segmentos arteriais pode reduzir em até 10,4% as complicações isquêmicas. A angioplastia terapêutica tem melhores resultados quando realizada nas duas primeiras horas após a instalação do vasoespasmo sintomático. A papaverina induz melhora angiográfica em até 66% dos pacientes, mas pode estar relacionada à neurotoxicidade. A terapia endovascular parece ter resultados muito positivos para o tratamento do vasoespasmo cerebral. Pela falta de evidências, no entanto, deve ainda ser reservada para pacientes refratários ao tratamento clínico ou com complicações que o impeçam.

Abstract

Cerebral vasospasm is a relatively frequent complication after aneurysmal subarachnoid hemorrhages. It leads to a 30% mortality rate of patients who survived the hemorrhage and the development of neurologic deficits for 50% of the remaining. This is a literature review performed in July, 2012. Two databases were surveyed: PubMed and VHL. Thirty-seven articles in English and Portuguese were selected. “Triple-H” therapy, widely employed, reduces ischemic complications, but can deteriorate patient's comorbidities. Nimodipine still the only certified drug for the treatment of vasospasm. Endovascular treatment can be performed through percutaneous transluminal balloon angioplasty (TBA), which enlarges vessels mechanically, or intra-arterial administration of vasodilating agents, such as papaverine. Prophylactic angioplasty in selected arterial segments can reduce ischemic complications in until 10.4%. Therapeutic angioplasty presents better outcome when performed in the first two hours after the development of symptomatic vasospasm. Papaverine induces angiographic improvement in 66% of patients, but can be related with neurotoxicity. Endovascular therapy seems to present very positive results for the treatment of cerebral vasospasm. However, due to the lack of evidences, it should be reserved for when clinical treatment fails or cannot be performed.

1Interno da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Barbalha, CE, Brasil.


2Supervisor da Divisão de Clínica Neurocirúrgica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil.


3Chefe do Serviço de Radiologia Vascular e Intervencionista do Hospital das Clínicas, USP, SP, Brasil.


4Aluna da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil.


5Professor titular da disciplina de Neurocirurgia da FMUSP, São Paulo, SP, Brasil.