CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2019; 54(04): 396-401
DOI: 10.1016/j.rbo.2018.04.006
Artigo Original | Original Article
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Published by Thieme Revnter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Análise da morbimortalidade dos pacientes com fraturas peritrocantéricas tratadas cirurgicamente com haste intramedular de fêmur proximal[*]

Article in several languages: português | English
Sidney Quintas
1   Hospital Naval Marcílio Dias, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
Jacques Charlab
1   Hospital Naval Marcílio Dias, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
Max Ramos
3   Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
2   Hospital de Força Aérea de Brasília, Brasília, DF, Brasil
3   Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

18 December 2017

17 April 2018

Publication Date:
20 August 2019 (online)

Resumo

Objetivo Analisar a morbimortalidade dos pacientes com fraturas peritrocantéricas tratadas com haste intramedular e sua relação com o tempo de internação, com o tempo para fazer o procedimento cirúrgico, e com as comorbidades dos pacientes.

Métodos Foi feito um estudo observacional, analítico e retrospectivo por meio da avaliação dos prontuários de 74 pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de fraturas peritrocantéricas com haste intramedular de fêmur proximal de 2011 a 2014 em uma unidade hospitalar.

Resultados A idade média no momento da ocorrência da fratura foi de 79,7 anos, e o tempo de internação total médio foi de 16,7 dias, com média de 11,3 dias até a cirurgia e 5,4 dias da cirurgia à alta. A incidência de complicações na internação no grupo com idade ≥ 78,5 anos foi de 47,6%, enquanto no grupo mais novo ela foi de 19,4% (p = 0,013). A incidência de complicações na internação no grupo que fez a cirurgia após 6 dias foi significativamente maior (42,9%; p = 0,019). Observou-se também que a incidência de complicação na internação está significativamente associada ao risco cirúrgico de grau ≥ 3 (p = 0,001) e à diabetes mellitus (p = 0,001).

Conclusão As complicações relacionadas às fraturas peritrocantéricas estão significativamente associadas ao risco cirúrgico elevado (graus 3 e 4), diabetes mellitus, idade (> 78,5 anos) e tempo de internação pré-operatório prolongado (> 6 dias).

* Trabalho feito no Hospital Naval Marcílio Dias, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Publicado originalmente por Elsevier Editora Ltda.


 
  • Referências

  • 1 Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Tornetta III P, McQueen MM, Ricci WM. Fraturas em adultos de Rockwood e Green. 7th ed. Barueri: Manole; 2013
  • 2 Canale T, Beaty J. Campbell's Opertive Orthopaedics. 12th ed. Philadelphia: Elsevier; 2013
  • 3 Hebert SK, Barros Filho TEP, Xavier R, Pardini Júnior AG. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. 4th ed. Porto Alegre: Art Med; 2009
  • 4 Barros Filho TEP, Camargo OP, Camanho GL. Clínica Ortopédica. Barueri: Manole; 2012
  • 5 Baumgaertner MR, Curtin SL, Lindskog DM. Intramedullary versus extramedullary fixation for the treatment of intertrochanteric hip fractures. Clin Orthop Relat Res 1998; (348) 87-94
  • 6 Rüedi TP. Princípios AO do tratamento de fraturas. 2nd ed. Porto Alegre: Art Med; 2009
  • 7 Rodriguez-Fernandez P, Adarraga-Cansino D, Carpintero P. Effects of delayed hip fracture surgery on mortality and morbidity in elderly patients. Clin Orthop Relat Res 2011; 469 (11) 3218-3221
  • 8 Sakaki MH, Oliveira Rocha A, Coelho FF, Leme Garcez LE, Suzuki I, Amatuzzi MM. Estudo da mortalidade na fratura do fêmur proximal em idosos. Acta Ortop Bras 2004; 12 (04) 242-249
  • 9 Medronho RA, Bloch KV, Luiz RR, Werneck GL. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu; 2009
  • 10 Pagano M, Gauvreau K. Princípios de Bioestatística. São Paulo: Pioneira Thomson Learning; 2004
  • 11 Borger RA, Leite FA, Araújo RP, Pereira TFN, Queiroz RD. Avaliação prospectiva da evolução clínica, radiográfica e funcional do tratamento das fraturas trocantéricas instáveis do fêmur com haste cefalomedular. Rev Bras Ortop 2011; 46 (04) 380-389
  • 12 Daniachi D, Netto AdosS, Ono NK, Guimarães RP, Polesello GC, Honda EK. Epidemiologia das fraturas do terço proximal do fêmur em pacientes idosos. Rev Bras Ortop 2015; 50 (04) 371-377
  • 13 Shiga T, Wajima Z, Ohe Y. Is operative delay associated with increased mortality of hip fracture patients? Systematic review, meta-analysis, and meta-regression. Can J Anaesth 2008; 55 (03) 146-154
  • 14 Grimes JP, Gregory PM, Noveck H, Butler MS, Carson JL. The effects of time-to-surgery on mortality and morbidity in patients following hip fracture. Am J Med 2002; 112 (09) 702-709
  • 15 Stoddart J, Horne G, Devane P. Influence of preoperative medical status and delay to surgery on death following a hip fracture. ANZ J Surg 2002; 72 (06) 405-407
  • 16 Mesquita GV, Lima MAL, Santos AMR, Alves ELM, Brito JNP, Martins MCÇ. Morbimortalidade em idosos por fratura proximal do fêmur. Texto Contexto Enferm Florianópolis 2009; 18 (01) 67-73
  • 17 Roche JJ, Wenn RT, Sahota O, Moran CG. Effect of comorbidities and postoperative complications on mortality after hip fracture in elderly people: prospective observational cohort study. BMJ 2005; 331 (7529): 1374
  • 18 Kannegaard PN, van der Mark S, Eiken P, Abrahamsen B. Excess mortality in men compared with women following a hip fracture. National analysis of comedications, comorbidity and survival. Age Ageing 2010; 39 (02) 203-209
  • 19 Lawrence VA, Hilsenbeck SG, Noveck H, Poses RM, Carson JL. Medical complications and outcomes after hip fracture repair. Arch Intern Med 2002; 162 (18) 2053-2057
  • 20 Lefaivre KA, Macadam SA, Davidson DJ, Gandhi R, Chan H, Broekhuyse HM. Length of stay, mortality, morbidity and delay to surgery in hip fractures. J Bone Joint Surg Br 2009; 91 (07) 922-927